Comprar ou vender?

O que fazer com Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) agora? Veja o que recomendam 5 analistas

16 jan 2025, 16:04 - atualizado em 16 jan 2025, 18:39
Azul e Gol fusão
(Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) ganharam holofotes nessa quinta-feira (16), após as companhias avançaram para o já aguardando Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MoU) para uma possível combinação de negócios.

Na Bolsa, as ações das companhias encerraram o pregão em alta. GOLL4 terminou a sessão com avanço de 4,29%, a R$ 1,70, enquanto AZUL4 subiu 3,93%, a R4 4,57.

Ainda há um caminho a percorrer para que a fusão seja concretizada, como a conclusão do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) da Gol, previsto para abril deste ano.

O fechamento da operação depende da concordância entre a Abra Group — holding controladora da Gol — e Azul sobre os termos econômicos, da conclusão satisfatória da due diligence, da assinatura de acordos definitivos e da obtenção das aprovações corporativas e regulatórias, incluindo a aprovação da autoridade antitruste brasileira.

Caso a fusão seja concluída, Azul e Gol manterão seus certificados operacionais independentes, no entanto, atuando sob uma única empresa resultante listada. Ou seja, na prática, será uma empresa — presente na Bolsa — com duas companhias aéreas, mantendo as bandeiras já conhecidas.

A nova companhia seguirá o modelo de “corporation”, sendo assim, uma empresa sem controlador definido, com a Abra sendo a maior acionista. No entanto, a definição dos percentuais exatos de participação de cada aérea depende do fim do Chapter 11 da Gol.

A fusão das duas empresas resultaria em uma participação de cerca de 60% no mercado doméstico, ultrapassando os 40% da concorrente Latam, conforme dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Vale lembrar que a Azul possui uma frota que inclui jatos regionais da Embraer e aviões de corredor único e duplo da Airbus. Já Gol utiliza exclusivamente aeronaves Boeing 737.

O que pensam analistas?

Para o UBS BB, ainda é cedo para saber qual o potencial impacto da fusão, embora vejam como encorajador. A classificação para AZUL4 é neutra.

“O processo depende da saída do Chapter 11 da Gol (incluindo levantar US$ 1,87 bilhão em dinheiro novo) e da reestruturação de passivos da Azul (incluindo pelo menos US$ 200 milhões de follow on). Nesse sentido, as diluições de capital ainda não foram determinadas”, apontam os analistas do banco.

Analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI acrescentam que, embora a estrutura acionária não tenha sido definida, esperam que a Abra detenha 31%, a administração da Azul, David Neeleman e Trip juntos detenham 7% da nova companhia.

Os analistas mantém a preferência pela Azul, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 6,00, em relação à Gol, para a qual tem recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 0,50.

Na avaliação do Bank of America (BofA), a aprovação da combinação de negócios pelo Cade é desafiadora, uma vez que, segundo a Anac, as companhias tinham uma participação de mercado combinada de 61% dos passageiros domésticos do Brasil em 2024.

O banco mantém classificação de “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”) para Azul.

O Goldman Sachs avalia que a fusão proposta tem mérito estratégico, tendo em vista que pode criar uma companhia aérea significativamente maior, com poder de precificação aprimorado e otimização de rede, entre outras fontes de sinergia. O banco permanece neutro em AZUL4.

Analistas do Santander acreditam que a transação melhorará o cenário competitivo da indústria aérea brasileira, mas ponderam que será um caminho longo e sinuoso até que as sinergias sejam alcançadas (backoffice, esforços comerciais conjuntos, negócios de fidelidade, negócios de carga).

Mais especificamente, o banco acredita que a nova empresa, resultado da fusão, sofreria em algumas frentes, como integração de frota, dado o uso de aeronaves diferentes pelas empresas que se fundem, o que implicaria em falta de sinergias quando se trata de treinamento de pilotos, mecânicos de aeronaves, centros de manutenção, entre outros.

“Além disso, continuamos a ver um ambiente macro pouco inspirador para as companhias aéreas brasileiras, com incertezas macro ainda presentes e preços do petróleo em alta”, acrescentam

O Santander pondera que, ainda que os efeitos de longo prazo da fusão possam ser negativos para a Latam, a empresa poderia se beneficiar da complexa integração da fusão da Azul por vários anos, pois isso poderia dificultar um movimento mais agressivo da nova companhia.

Neste cenário, o Santander permanece com recomendação neutra pra AZUL4.

Veja as recomendações

Corretora/Banco Recomendação para AZUL4 Recomendação para GOLL4
UBS BB Neutro
Ágora Investimentos/Bradesco BBI Compra Venda
Bank of America Underperform (venda)
Goldman Sachs Neutro
Santander Neutro

 

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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