O que fazer com as ações da Ultrapar?
As ações da Ultrapar (UGPA3) caíram aproximadamente 5%, para R$ 71,15, após o Cade rejeitar a fusão da Ipiranga com a Alesat na tarde desta quarta-feira (2). A compra foi anunciada em junho do ano passado, por R$ 2,17 bilhões. Este foi o segundo caso relevante barrado pelo conselho neste ano – em junho, o Cade reprovou a compra da Estácio pela Kroton.
Veja outras recomendações de ações
“A decisão é, naturalmente, um recuo na intenção da Ultrapar de aumentar o crescimento e capturar sinergias e economias de escala através de fusões e aquisições. Dito isto, no entanto, pensamos que a reação do mercado após essa decisão negativa foi exagerada”, avaliam os analistas do Credit Suisse Andre Natal e Regis Cardoso.
O relator João Paulo Resende votou contra a operação por entender que o único remédio que garantiria a concorrência no mercado de combustíveis após a fusão seria a venda completa das operações da Ale em 12 Estados, o que não interessou às empresas.
O Credit Suisse estimava que a criação de valor da fusão com a Alesat ficaria em torno de R$ 5,40 por ação. “É verdade que a rejeição do acordo Alesat também pode ter desencadeado uma leitura negativa no mercado em relação ao acordo com a Liquigás”, destacam Natal e Cardoso. O negócio com a Liquigás é estimado em R$ 2,1 por ação e ainda está em análise no Cade.
A soma dos dois negócios fica, portanto, em R$ 7,50. Os analistas calculam que da máxima do dia (R$ 77,58) até o valor de fechamento (R$ 71,15), a diferença é de aproximadamente R$ 6,40. É o mesmo que acreditar que o mercado precificou quase a inexistência de ambos os negócios. “Isso não parece razoável para nós, então pensamos que o mercado realmente reagiu de maneira exagerada ao evento”, concluem.
A recomendação “outperform”, o mesmo que compra, foi reiterada. O preço-alvo estimado é de R$ 89. O valor representa um potencial de valorização de 25%. A empresa divulga o seu resultado do segundo trimestre no próximo dia 8 de agosto.