Comprar ou vender?

O que fazer com as ações da Eletrobras?

22 ago 2017, 2:10 - atualizado em 05 nov 2017, 13:57

A Eletrobras é um emaranhado de mais de uma dezena de empresas em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica espalhadas por todas as regiões do país em um nó de ineficiência que custou ao país R$ 250 bilhões nos últimos 15 anos, segundo o Ministério de Minas e Energia. Este caos, que começou a ser resolvido com a nova gestão de Wilson Ferreira, parece ter encontrado como solução a saída do controle e a assunção de que o governo não irá corrigir o rumo da gigante elétrica em tempo hábil e com os recursos escassos em tempo de seca fiscal.

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É por isso que o anúncio de “desestatização” feito nesta segunda-feira (21) após o fechamento do mercado na B3 foi tão comemorado pelo mercado. Mesmo que por aqui a bolsa já tivesse encerrado as negociações, os ativos da Eletrobras (EBR) em Nova York, e que representam as ordinárias no Brasil (ELET3) dispararam 20%. “O que vimos é uma demonstração muito violenta e intensa de uma reversão de tendência para a empresa, o que distorce os preços”, avalia o estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, em entrevista ao Money Times.

Para ele, é muito difícil, com o nível de informação que se tem hoje, dizer ao certo o preço adequado para a “nova” Eletrobras. “Não dá para precificar isso corretamente porque ainda é preciso assistir as cenas dos próximos capítulos. O investidor pessoa física precisa saber que a alta tende a ser muito forte, mas até que se compreenda a velocidade e os termos da evolução da desestatização, a chance de errar é grande”, alerta. Netto observa, contudo, que este é um bom momento para a realização de lucros.

O mercado também se questiona sobre como se dará o processo de saída do governo. Segundo a Agência Estado o fato de que o governo destacou que a “a redução da participação da União no capital da empresa” permitirá à companhia chegar ao Novo Mercado e “buscar recursos no mercado de capitais”, gerou especulações sobre a possibilidade de a privatização incluir uma oferta de ações, mas também ficar apenas em um leilão de privatização.

De qualquer forma, o estrategista da Eleven avalia que uma boa comparação sobre o que pode acontecer com as ações da Eletrobras é o caminho trilhado pelos papéis da Petrobras, desde a entrada da gestão de Pedro Parente.  “As ações estavam em R$ 4, se acomodaram em torno de R$ 9 e chegaram a R$ 13. Ainda assim, contudo, é precipitado pois a Petrobras ainda está longe do valor histórico”, diz.