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O que fazer com ações da Jalles (JALL3) após prejuízo no 3T25?

13 fev 2025, 12:53 - atualizado em 13 fev 2025, 12:53
Jalles jall3
(Imagem: Reprodução/Jalles Machado)

Jalles (JALL3) reportou prejuízo líquido de R$ 73,5 milhões no terceiro trimestre da safra 2024/2025 (3T25).

Segundo o BTG Pactual, a empresa não foi a impactada pelos incêndios florestais que afetaram diversas empresas na região Centro-Sul do Brasil. No entanto, a safra não ocorreu de maneira favorável.

O banco conta com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 12 (potencial de alta de 185,71%).

“Desde o anúncio da conclusão da moagem abaixo do guidance, com crescimento mais lento na produção de açúcar e produtividade agrícola abaixo das expectativas, ficou claro que a rentabilidade poderia ser prejudicada”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris, que analisaram os resultados da empresa.

Para os analistas, foi isso que os resultados mostram, com crescimento substancial da receita líquida e do volume no comparativo anual, impulsionado pela maior capacidade produtiva e menor estoque remanescente frente ao mesmo período do ano passado, mas com margens mais pressionadas.

A manutenção de compra para Jalles, segundo o BTG, se dá porque a empresa continua sendo uma das poucas histórias de crescimento no setor de açúcar e etanol do Brasil, sendo negociada com rendimentos de Fluxo de Caixa Livre (FCF) de até 20%.

JALL3: XP vê margem abaixo do esperado

Para a XP Investimentos, assim como para o BTG, a empresa apresentou números mistos.

A casa ressalta o forte desempenho da receita líquida, que alcançou R$ 740 milhões, 3% acima das expectativas da XP, e um crescimento de 49% no comparativo anual devido a preços e volumes mais altos em todas as linhas, seguindo a estratégia assertiva da empresa de adiar as vendas de etanol para a entressafra, enquanto as vendas de VHP continuam em ramp-up.

“Por outro lado, a margem de Ebitda ajustada ficou abaixo de nossa estimativa, pois subestimamos o aumento nas despesas de vendas relacionadas às vendas de VHP, enquanto superestimamos o impacto positivo dos incentivos fiscais em Goiás. Apesar do resultado trimestral abaixo do esperado, não vemos mudanças materiais em nossas estimativas anuais”, enxergam Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.



Na avaliação da XP, a Jalles (compra, preço-alvo de R$ 9,50 e potencial de alta de 125,65%)  é a empresa mais barata em sua cobertura de “Agronegócios, Alimentos e Bebidas”, negociando a 3,0x EV/Ebitda para 2025/2026. “No entanto, não prevemos catalisadores para as ações no curto/médio prazo”.

Os analistas ainda comentam que a margem bruta esteve em linha com suas estimativas, já que o lucro bruto ficou apenas 1% abaixo de suas estimativas. Por outro lado, a margem de Ebitda ajustado ficou abaixo de suas estimativas, em 52,1% (contra 60,9% do esperado pela XP e 63,2% no 3T24).

Segundo eles, a queda na margem foi impulsionada principalmente por:

  1. despesas de vendas superiores ao esperado, impulsionadas pelas vendas de VHP, que totalizaram R$ 61,3 milhões (contra estimativa de R$ 48 milhões);
  2. receitas menores do que o esperado de incentivos fiscais e ‘outros’, que totalizaram R$ 37,8 milhões (contra estimativa de R$ 54 milhões).
Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.