O que fazer com ações da Jalles (JALL3) após prejuízo no 3T25?
A Jalles (JALL3) reportou prejuízo líquido de R$ 73,5 milhões no terceiro trimestre da safra 2024/2025 (3T25).
Segundo o BTG Pactual, a empresa não foi a impactada pelos incêndios florestais que afetaram diversas empresas na região Centro-Sul do Brasil. No entanto, a safra não ocorreu de maneira favorável.
O banco conta com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 12 (potencial de alta de 185,71%).
“Desde o anúncio da conclusão da moagem abaixo do guidance, com crescimento mais lento na produção de açúcar e produtividade agrícola abaixo das expectativas, ficou claro que a rentabilidade poderia ser prejudicada”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris, que analisaram os resultados da empresa.
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Para os analistas, foi isso que os resultados mostram, com crescimento substancial da receita líquida e do volume no comparativo anual, impulsionado pela maior capacidade produtiva e menor estoque remanescente frente ao mesmo período do ano passado, mas com margens mais pressionadas.
A manutenção de compra para Jalles, segundo o BTG, se dá porque a empresa continua sendo uma das poucas histórias de crescimento no setor de açúcar e etanol do Brasil, sendo negociada com rendimentos de Fluxo de Caixa Livre (FCF) de até 20%.
JALL3: XP vê margem abaixo do esperado
Para a XP Investimentos, assim como para o BTG, a empresa apresentou números mistos.
A casa ressalta o forte desempenho da receita líquida, que alcançou R$ 740 milhões, 3% acima das expectativas da XP, e um crescimento de 49% no comparativo anual devido a preços e volumes mais altos em todas as linhas, seguindo a estratégia assertiva da empresa de adiar as vendas de etanol para a entressafra, enquanto as vendas de VHP continuam em ramp-up.
“Por outro lado, a margem de Ebitda ajustada ficou abaixo de nossa estimativa, pois subestimamos o aumento nas despesas de vendas relacionadas às vendas de VHP, enquanto superestimamos o impacto positivo dos incentivos fiscais em Goiás. Apesar do resultado trimestral abaixo do esperado, não vemos mudanças materiais em nossas estimativas anuais”, enxergam Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.
Na avaliação da XP, a Jalles (compra, preço-alvo de R$ 9,50 e potencial de alta de 125,65%) é a empresa mais barata em sua cobertura de “Agronegócios, Alimentos e Bebidas”, negociando a 3,0x EV/Ebitda para 2025/2026. “No entanto, não prevemos catalisadores para as ações no curto/médio prazo”.
Os analistas ainda comentam que a margem bruta esteve em linha com suas estimativas, já que o lucro bruto ficou apenas 1% abaixo de suas estimativas. Por outro lado, a margem de Ebitda ajustado ficou abaixo de suas estimativas, em 52,1% (contra 60,9% do esperado pela XP e 63,2% no 3T24).
Segundo eles, a queda na margem foi impulsionada principalmente por:
- despesas de vendas superiores ao esperado, impulsionadas pelas vendas de VHP, que totalizaram R$ 61,3 milhões (contra estimativa de R$ 48 milhões);
- receitas menores do que o esperado de incentivos fiscais e ‘outros’, que totalizaram R$ 37,8 milhões (contra estimativa de R$ 54 milhões).