O que fazer com a ação da Via (VIIA3), após surpresa nos resultados?

Os resultados da Via (VIIA3) pegaram o mercado de surpresa. Investidores reagiram aos números de lucro nesta sexta-feira (12), com as ações da companhia disparando mais de 10%.

Segundo a Genial Investimentos, apesar da redução na base anual (-95,5%), o lucro veio positivo, visto que o consenso do mercado esperava prejuízo.

A corretora destaca ainda que o repasse de custos e lojas físicas apresentaram algum nível de resiliência, embora abaixo dos níveis pré-pandemia.

“Nas lojas físicas, nossa visão é que os indícios da pressão inflacionária reduzindo nos próximos trimestres pode ajudar a Via a continuar apresentando resultados um pouco mais saudáveis no médio prazo”, afirmam os analistas Igor Guedes e Iago Souza, em relatório divulgado nesta sexta.

Apesar disso, a Genial tem recomendação de “manter” para a Via, com preço-alvo de R$ 4. A corretora menciona os desafios que o setor de varejo ainda precisa vencer. No caso da Via, existem “várias pedras no caminho”.

Um dos pontos negativos é que o 1P deve continuar freando os resultados da varejista no e-commerce.

“A companhia reportou um GMV 1P bastante fraco de R$ 3,4 bilhões (-24% ano a ano) devido à forte exposição a linha branca. Observamos que a dinâmica do varejo em um cenário de inflação acelerada até o segundo trimestre de 2022 dificulta vazão de produtos de linha branca, que costumam ser o carro-chefe da Via no 1P”, explica a corretora.

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O BTG Pactual (BPAC11) adota uma postura mais cautelosa em relação ao e-commerce brasileiro no curto prazo, apesar de reconhecer que o balanço da Via mostrou tendências positivas.

Na avaliação do banco, uma potencial reprecificação de VIIA3 dependerá não só da monetização de créditos tributários, mas também de uma recuperação sustentável do tráfego nas lojas e da performance do e-commerce da companhia, principalmente de um grande progresso em novas categorias dentro do marketplace.

A monetização do GMV nos próximos trimestres é chave para a alavancagem operacional e financeira nos resultados que virão, completa o BTG.

O BTG tem recomendação “neutra” para a Via, com preço-alvo também de R$ 4 para os próximos 12 meses.

A Eleven também tem recomendação “neutra” para os papéis, baseada em três empecilhos:

• desaceleração de e-commerce, principalmente em eletrodomésticos e eletrônicos, decorrente da queda do poder de compra gerada pela inflação e alta demanda desses produtos durante a pandemia;
• ambiente competitivo ainda desafiador; e
• aumento de CAC (custo de aquisição de cliente), principalmente digital.

O preço-alvo sugerido pela Eleven é de R$ 4.

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