O que falta para o Brasil recuperar o grau de investimento
O Brasil precisa de reformas “decisivas” e políticas macro, micro e regulatórias que apoiem o investimento e promovam o crescimento da produtividade, para conseguir subir na escala de ratings e recuperar o grau de investimento das agências de classificação de risco, disse o Goldman Sachs.
A avalição é feita após a agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevar a perspectiva do Brasil de estável para positiva, mas reafirmar o rating “BB-“. O país precisaria subir três degraus na classificação para recuperar o grau de investimento.
Além da S&P, a Fitch classifica a dívida externa de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em BB-. A Moody’s classifica o país em Ba2 (dois degraus abaixo do grau de investimento).
“Em nossa avaliação, fora da política monetária, o atual mix de políticas macro e micro e as perspectivas para reformas ainda estão significativamente aquém do nível necessário”, afirmou o analista Alberto Ramos, que assina o relatório do Goldman Sachs.
Ele classificou como positiva a evolução do Brasil na definição da S&P, mas ponderou que viu a decisão como “inesperada”, dado que o novo arcabouço fiscal ainda não foi aprovado – o texto passou apenas pela Câmara.
“Além disso, houve nos últimos meses uma clara deterioração das políticas microeconômicas e do ambiente regulatório”, disse.
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Haddad comemora
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a melhora da perspectiva de rating do Brasil representa “um passo importante”.
“Tem muito trabalho a ser feito, esse é só o começo, mas penso que, se mantivermos o ritmo de trabalho, vamos conseguir atingir nossos objetivos”, disse.
Com a S&P, o Ibovespa acelerou a alta hoje e renovou máxima da sessão na última meia-hora de pregão, fechando em dia de decisão de juros nos Estados Unidos acima dos 119 mil pontos pela primeira em quase oito meses.