O que falta para o bitcoin se tornar a moeda mundial?
Bitcoin é definido, em seu whitepaper, como um sistema monetário de pessoa para pessoa. Seus primeiros simpatizantes esperavam que fosse utilizado por qualquer pessoa ao redor do mundo. Dez anos depois, o bitcoin ainda não se tornou uma moeda amplamente aceita.
Em vez disso, evoluiu e se tornou algo diferente para cada pessoa.
Céticos costumam argumentar sobre a falta de adoção do bitcoin no mundo real como o motivo de ser taxado como “modinha”, de interesse limitado, e por que será completamente desvalorizado no futuro.
É improvável que o bitcoin seja completamente desvalorizado, mas os críticos têm razão sobre seu baixo nível de aceitação. Não há uma cidade no mundo onde o bitcoin possa ser usado para gastos cotidianos.
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No mundo inteiro, há poucos varejistas, restaurantes e locais de entretenimento que aceitam a criptomoeda.
O cenário online é um pouco diferente. Existe uma longa lista de comerciantes que aceitam bitcoin, além de diversos aplicativos e cartões de crédito que permitem a usuários pagarem com bitcoins em lojas onde o criptoativo não é aceito. Ainda assim, até agora, bitcoin não é “a moeda da internet”.
Em vez disso, em seus dez anos de existência, o bitcoin evoluiu para se tornar mais do que apenas um sistema digital de pagamento. Hoje, está começando a ser compreendido como um ativo de investimento alternativo poderoso e uma reserva de valor resistente à censura.
É claro que, para alguns — os da indústria que são pagos em bitcoin e os primeiros simpatizantes — o bitcoin também é um meio de negociação. Assim, para aqueles que acreditam, o criptoativo é nossa melhor aposta de “moeda sonante” para o futuro.
Bitcoin como uma classe de ativos
Nos últimos dez anos, Bitcoin se tornou o ativo com melhor desempenho no planeta.
Em consequência, tanto varejistas quanto investidores institucionais continuaram a demonstrar um crescente interesse no ativo como uma classe de investimentos.
Além disso, surgiram inúmeras exchanges de criptoativos e diversos aplicativos de “compra de bitcoins” nos últimos três anos, enquanto empresas lançaram vários produtos financeiros baseados em bitcoin para atender a demanda por investimentos de ativos digitais.
De acordo com um relatório da Grayscale Investments, mais de um terço dos investidores americanos tem interesse em bitcoin, o que demonstra sua possível popularidade como um ativo alternativo.
Bitcoin como uma reserva de valor resistente à censura
Talvez a característica mais relevante do Bitcoin seja sua descentralização e reserva de valor resistente à censura que permite a qualquer pessoa ser seu próprio banco (ou cofre de ouro).
Logo, o Bitcoin pode ser compreendido como “ouro digital” devido a suas características parecidas com o metal precioso.
Sob a ótica da incerteza política e econômica ao redor do planeta e a crescente preocupação de vivenciar uma nova recessão global como a de 2008, cada vez mais pessoas estão indo em direção ao bitcoin como reserva de valor.
Enquanto o Bitcoin deva ser mais volátil que o ouro, o fato de ser resistente à censura e seus detentores realmente terem posse de suas moedas significa que nenhuma falha bancária ou “bail-in” (solução de mercado para recuperação financeira) pode afetar a governança de bitcoin.
Em tempos econômicos difíceis, essa é uma característica essencial.
Taxas de transação seriam muito altas com velocidade muito baixa.
Esses problemas foram parcialmente resolvidos com a introdução da SegWit (“testemunha segregada”, que fornece proteção da maleabilidade de transações e aumenta a capacidade do bloco), mas com mais usuários se interessando pelo criptoativo, mais se torna visível a necessidade por outras soluções progressivas para que o bitcoin tenha sucesso como um ativo.
É aqui que entram as soluções de segunda camada, como a Lightning Network.
A Lightning Network, que permite transações de bitcoin em alta velocidade, a baixo custo e “off-chain” em canais de pagamento, foi lançada em março de 2018 e, desde então, vem crescendo significativamente.
Enquanto essa rede apenas processa microtransações, muitos acreditam ser o primeiro passo para que o bitcoin seja uma moeda utilizada diariamente.
Nick Szabo, cientista da computação e criptógrafo, conhecido por suas pesquisas sobre moedas digitais, tuitou:
“A primeira cada é a de acordo, em que seus requerimentos mínimos de confiança são semelhante aos do ouro, mas possíveis de serem utilizados online. A segunda camada é o dinheiro de varejo (dentre outras aplicações). Isso não faz parte da ciência da computação; requerimentos mínimos de confiança são prioridade essencial para uma moeda global contínua”.
Moeda sonante para todos?
Se o Bitcoin continuar nesse caminho, as soluções de segunda camada forem bem-sucedidas e os desafios como fungibilidade forem resolvidos, o bitcoin poderá se tornar a moeda sonante mundial que os defensores sempre quiseram desde o fim do padrão-ouro em 1971.
Moeda sonante é fungível, segura, divisível, estável, portátil, indestrutível, resistente à censura e valiosa. Não é passível de apreciação ou depreciação repentina na forte aquisição a longo prazo nem pode ser manipulada por governos como as moedas fiduciárias.
Para muitos defensores, esse é o objetivo do bitcoin. Se o criptoativo for bem-sucedido, será a melhor oportunidade de investimento em décadas.