Economia

O que explica os níveis de salários de garçons em São Paulo, Teresina e NY?

11 dez 2017, 19:45 - atualizado em 11 dez 2017, 19:45

Paulo Gala é doutor em economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EESP) e economista da Fator Administração de Recursos.

R$1.000, R$500, R$5.000: por quê? A produtividade dessa tarefa é grosso modo igual em cada uma dessas cidades. Vamos imaginar agora que um gerente de banco (serviço com alguma escala) ganha 10x mais do que um garçom: R$10.000 em São Paulo, R$5.000 em Teresina e R$50.000 em NY. São salários de mercado sustentados pela produtividade desses trabalhos em cada uma dessas cidades.

Na função gerente de banco nessas três cidades já podemos dizer que há diferenças de produtividade e de escala nos serviços prestados. Vamos pensar agora num salário de empresa industrial médium/high tech: em Teresina não há em volume suficiente, em São Paulo o salário vai também a R$10.000 mês e em NY vai tranquilamente a R$50.000/mês.

Então nesse exemplo os salários em Teresina não conseguem passar de R$5.000, não há atividades lá capazes de elevar produtividade/salário. Em São Paulo da para ir a R$10.000/ mês graças ao parque industrial e de serviços empresariais existentes. Em Ny os salários vao a R$50.000/ mês pelo mesmo motivo. E os salários dos garçons que no final tem a mesma produtividade em cada um desses lugares?

Quem puxa para cima essas salários são as atividades produtivas existentes nessas regiões. Os serviços não sofisticados vão “a reboque”. O que explica essas diferenças de salários para funções com mesma produtividade são produtividades distintas nas outras atividades em cada uma dessas cidades.

Quanto uma empresa pode pagar de salário? Pode pagar até o ponto em que tiver lucro e parar de pé. De modo geral a renda per capita de uma região tem correlação muito forte com a complexidade produtiva! E dentro dos serviços, os escaláveis pagam mais! Dentro dos serviços não escaláveis os mais diferenciados pagam mais do que os “serviços commodities”

CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR
Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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