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Efeito das eleições? O que explica a maior queda de Banco do Brasil (BBAS3) em 11 meses?

06 set 2022, 19:37 - atualizado em 06 set 2022, 19:37
bancos
No setor bancário, Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 0,93%, a R$ 26,73, e Bradesco (BBDC4) caiu 0,62%, a R$ 19,23 (Imagem: Marcelo Camrgo/ Agência Brasil)

O Banco do Brasil (BBAS3) desabou 4,8%, a R$ 39,63, na sessão desta terça-feira (6), em dia de forte recuo do Ibovespa, que caiu 2,17%.

Trata-se da maior queda para o Banco do Brasil desde 19 de outubro de 2021, quando o papel tombou 4,91%.

No mesmo setor, Itaú Unibanco (ITUB4) teve leve perda de 0,93%, a R$ 26,73, e Bradesco (BBDC4) caiu 0,62%, a R$ 19,23.

Para analistas ouvidos pelo Money Times, o banco recuou por uma conjunção de fatores – dentre eles, a expectativa de mais juros do Banco Central.

O mercado de juros futuros apagou 0,5 ponto percentual em quedas da taxa Selic precificadas para 2023, depois que falas “hawkish” do presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, e do diretor Bruno Serra indicaram que a autoridade monetária não pensa em corte neste momento, reiterando postura vigilante com a inflação.

“A expectativa da extensão do ciclo de alta da Selic, por um período de manutenção maior que o esperado, impactou diretamente o setor bancário, em especial o Banco do Brasil“, diz Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.

Alves diz que a manutenção do aperto monetário afeta o desenvolvimento da economia e pode reduzir o apetite de crescimento da economia local.

Já Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, lembra que a ação do BB registrou performance melhor que a dos outros bancos, o que a deixou com uma “gordura”.

Enquanto o Banco do Brasil sobe 37,51% no ano, Itaú acumula alta de 24% e Bradesco cai 2,34%.

Veja o gráfico abaixo:

As ações foram sustentadas, especialmente, pelos lucros recordes do BB no segundo trimestre, que ultrapassou os outros bancos, e os seus dividendos.

Efeito das eleições para Banco do Brasil?

Por que o BB caiu bem mais que Bradesco e Itaú nesta terça? Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, a resposta pode estar nas eleições.

“Quando falamos de estatais, sim, as eleições são uma preocupação muito grande. Nós já estamos notando que a alocação em estatais está diminuindo”, observa.

Komura diz que muitos investidores estão ficando “mais leves” em relação ao posicionamento nessas companhias, e esse movimento deve se intensificar à medida que o pleito, marcado para o mês que vem, se aproxima.

“Inclusive, temos muitas casas e gestores falando que estão tirando o pé porque é melhor ficar fora de estatais, principalmente Banco do Brasil e Petrobras, por mais que as empresas estejam muito baratas”, afirma.

Para ele, não é recomendável se posicionar nessas ações agora, apesar do valuation atrativo.

“Nós preferimos perder o movimento, para ter mais clareza do cenário político. Essa tem sido também a visão do mercado”, completa.

Moliterno, da Veedha Investimentos, argumenta que o fator político começa a pesar para o Banco do Brasil.

“Até mesmo por conta disso, o BB teve uma queda mais acentuada que Itaú e Bradesco“, diz.

Veja as maiores altas do Ibovespa nesta terça:

Empresa Alta
Tim 2,19%
São Matinho 1,97%
Carrefour 0,54%
BRF 0,49%
Vivo 0,77%

Veja as maiores quedas do Ibovespa:

Empresa Queda
MRV 8,51%
Magazine Luiza 7,41%
Via 7,67%
CVC 7,12%
Azul 6,52%

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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