O que estava ruim, ficou pior: Gringos tiram maior quantia da B3 desde 2021; o que aconteceu?
Se o mês de janeiro já não estava muito bom para a bolsa, agora, a coisa ficou ainda mais feia. A B3 registrou uma retirada bilionária, que foi vista pela última vez em 2021, ano em que o mundo ainda enfrentava a pandemia de Covid-19.
Segundo os últimos dados divulgados, de sexta-feira (19), os gringos tiraram R$ 3,4 bilhões da bolsa brasileira de uma vez. Portanto, até o momento, janeiro acumula um saldo negativo de R$ 4,4 bilhões.
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A retirada no primeiro mês do calendário encerrou uma sequência de onze entradas multimilionárias, o que já dava um tom de alerta.
Os dias subsequentes se mostraram resilientes com alguns aportes tímidos (comparados aos de dezembro e novembro), mas, a felicidade não durou tanto assim. Logo, mais retiradas colaboraram com a queda do Ibovespa no mês.
No entanto, no mesmo dia que os estrangeiros retiraram bilhões da bolsa, na sexta-feira, o índice teve uma performance positiva, com alta de 0,25%.
Por que houve uma retirada tão grande?
Janeiro tem sido conturbado com os mercados ainda receosos quanto aos cortes juros nos Estados Unidos. O tom mais conservador e duro dos dirigentes do Federal Reserve nas últimas semanas mostrou que a redução dos juros pode demorar mais do que os investidores imaginavam.
Com isso, as taxas dos títulos públicos americanos, as Treasuries, principalmente de vencimentos mais logos, têm reagido à tensão do mercado e elevado os números, o que acaba interferindo nas bolsas dos mercados emergentes como o Brasil.
Rafael Passos, analista da Ajax Asset, afirma que o movimento de saída dos estrangeiros da bolsa está relacionado com o ambiente macroeconômico e descarta os ruídos internos como causadores dessa debandada.
“O que a gente teve em janeiro foi uma mudança muito forte com relação a essa precificação dos juros nos Estados Unidos com as possibilidades de cortes que a gente tem ao longo deste ano. Mercado antes estava muito comprado em cortes em março e agora já não é mais um consenso”, explica Passos.