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O que está por trás do sucesso dos ETFs?

10 set 2021, 14:05 - atualizado em 10 set 2021, 16:34
O o que poderia estar nos meandros do forte crescimento da indústria de ETFs no Brasil, fazendo com que investidores locais passassem a incorporar cada vez mais fundos de índices em suas carteiras? (Imagem: Pixabay)

O número de investidores com ao menos um posição em ETFs (fundos de índices) em agosto somou o total de 472 mil, conforme boletim mais recente divulgado pela B3 (B3SA3), a Bolsa de Valores brasileira.

Interessante notar que deste contingente, que antes era de apenas 269 mil investidores em janeiro deste ano, a ampla maioria é formada por investidor pessoa física, mais precisamente 467.176, ainda de acordo com o boletim.

Paralelamente, o ano de 2021 também é marcado pelo ingresso das criptoativos no mercado tradicional, justamente via fundos de índices (ETFs).

O Crypto Times acompanhou o lançamento de cinco ativos regulados na B3 em um período de cinco meses — HASH11, QBTC11, QETH11, BITH11 e ETHE11 — é um grande marco do mercado cripto brasileira.

Logo, o que poderia estar nos meandros do forte crescimento da indústria de ETFs no Brasil, fazendo com que investidores locais passassem a incorporar cada vez mais fundos de índices em suas carteiras?

“Quando os primeiros ETFs foram lançados no mercado, por volta dos anos 2000 nos Estados Unidos, eles começaram a democratizar o acesso ao mundos dos investimentos, justamente às que não são investidores profissionais — que ainda não têm muito conhecimento sobre o mercado financeiro –, mas que desejam investir em teses que acreditam ou em setores com mais familiaridade e identificação”, argumenta Cauê Mançanares, presidente da Investo, gestora especializada em fundos de índices.

Juliano Cornacchia
Em países onde a cultura de mercados de capitais é mais difundida, o investimento em ETFs é mais relevante ainda, segundo CEO da Vórtx, em entrevista exclusiva ao Money Times (Imagem: Vórtx)

Citando como exemplo o fundo USTK11, que reúne mais de 300 empresas de tecnologia norte-americanas em uma única cota, Mançanares exemplifica que, caso investidor fosse montar por conta própria a relação com todas ações que compõem o fundo de índice mencionado, que nos EUA é conhecido pela sigla VGT (Vanguard Information Technlogy), somente um único papel da gigante Microsoft (MSFT) custa em torno de US$ 300, evidenciando o papel democrático dos ETFs no mercado financeiro.

Já Juliano Cornacchia, CEO da Vórtx — primeira plataforma de infraestrutura do mercado de capitais brasileiro baseada em tecnologia — enfatiza que ETFs nasceram como investimento dedicado ao varejo, pessoas que estão em construção de patrimônio acumulado.

“Boa parte dos investimentos hoje não é pensado para o investidor de varejo, geralmente é elaborado ao investidor institucional, classe que pode alocar milhões em um único investimento de uma vez. Por sua vez, o ETF encaixa como um luva. Sem a gestão ativa, a estrutura do ativo torna-se menos encarecida e muito mais acessível a todos os investidores”, explica.

Em países onde a cultura de mercados de capitais é mais difundida, o investimento em ETFs é mais relevante ainda, segundo Cornacchia. Ele cita, por exemplo, o mercado norte-americano, em que os fundos de índices movimentaram US$ 5,45 trilhões em 2020.

Corroborando com a visão otimista, a BlackRock (BLK), maior gestora de recursos do mundo, chegou a afirmar que o mercado de ETFs deve dobrar de tamanho nos próximos anos.

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