Destaques da Bolsa

O que está por trás do salto de 10% das ações da CSN (CSNA3)? 

13 mar 2025, 12:52 - atualizado em 13 mar 2025, 12:52
csn
As ações da CSN operam em forte alta em reação ao balanço do 4T24; o segmento de siderurgia foi o destaque, segundo os analistas (Imagem: CSN/Divulgação)

Os papéis da CSN (CSNA3) operam em forte alta, assim como os da CSN Mineração, e figuram entre as ações com melhor desempenho no Ibovespa (IBOV) desde o início do pregão desta quinta-feira (13). 

Por volta de 12h25 (horário de Brasília), CSNA3 saltava 8,15%, a R$ 9,16. Na máxima do dia, as ações subiram 10,24% (R$ 9,34). Acompanhe o Tempo Real. 



O movimento de alta se dá em reação ao balanço do quarto trimestre (4T24) da companhia — considerado positivo pelos analistas. 

A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 85 milhões entre setembro e dezembro do ano passado, uma reversão do lucro de R$ 851 milhões apurado no mesmo período de 2023, mas uma melhora de 88,7% em relação ao trimestre anterior, após um forte resultado operacional.

Em 2024, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão, o que contrasta com o lucro líquido de R$ 402,6 milhões em 2023 e reflete a piora no preço das commodities verificada ao longo de 2024, além do aumento das despesas financeiras.

CSN: os números que agradaram o mercado

Para o Bradesco BBI, mesmo com o prejuízo líquido, a CSN apresentou um resultado mais forte do que o esperado nas principais divisões do negócio: minério de ferro, siderurgia e cimento. 

Na visão dos analistas, no segmento de ferro, os preços mais elevados levaram ao aumento de quase 80% do Ebitda no trimestre. 

Em cimento, o forte desempenho de custos e a maior realização de preços mais do que compensaram os menores volumes, gerando outro aumento de 10% no Ebitda  — com a divisão respondendo por cerca de 12% do Ebitda total da empresa no 4T24, contra 7% no 4T23.

Já no setor de siderurgia, as margens atingiram dois dígitos pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2023 (1T23). 

O desempenho da siderurgia também chamou a atenção dos analistas do BTG Pactual. 

“Observamos um progresso sólido em sua unidade de aço, com o controle de custos aprimorado elevando as margens de Ebitda para níveis de dois dígitos (10,8%) pela primeira vez em um tempo”, escreveram os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, que assinam o relatório. 

O banco também destaca que a CSN tem seguido uma agenda de crescimento em evolução — o que elevou a alavancagem a um nível mais alto, por sua vez, aumentando a percepção de risco, na visão dos analistas. 

Por outro lado, o BTG Pactual afirma que a companhia continuou a queimar caixa, reportando fluxo de caixa livre (FCF) negativo no trimestre e progresso limitado no balanço patrimonial — com alavancagem ainda em 3,49x a razão entre a dívida líquida sobre o Ebitda, —, “o que continua sendo uma preocupação fundamental para os investidores”. 

Comprar ou vender CSNA3?

Após o balanço, o BTG Pactual manteve a recomendação neutra para CSNA3, com preço-alvo de R$ 15  — um potencial de valorização de 77,1% sobre o preço de fechamento da véspera (12). 

“Acreditamos que as expectativas descontadas nas ações podem se mostrar um pouco agressivas demais, pois vemos o valuation dos papéis em níveis mais altos em relação aos pares”, diz o banco em relatório. 

O Itaú BBA também tem recomendação neutra para a CSN com preço-alvo de R$ 12  — um potencial de valorização de 41,7% sobre o preço de fechamento da última quarta-feira (12). 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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