Comprar ou vender?

O que está por trás da nova aquisição da Movida?

17 ago 2017, 22:51 - atualizado em 05 nov 2017, 13:58

A aquisição da Fleet Services pela Movida (MOVI3) é pequena, mas tem um perfil estratégico, avalia a Bradesco Corretora em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (17). O valor da transação é de R$ 22 milhões, com subtração de dívidas financeiras da Fleet Services, estimadas em R$ 17 milhões, resultando então no preço de compra de R$ 5 milhões.

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A empresa tem uma frota de 153 veículos de luxo, tais como Audi, BMW, Mini, Jaguar, Land Rover e Porsche, que, segundo comunicado, geram receita por carro cinco vezes maior do que um modelo popular. Além disso, a Movida terá o direito de manter pontos de locação dentro das lojas da rede de concessionárias Eurobike.

“Enquanto a Movida irá vender o seu produto de aluguel de carros, também há oportunidade para lançar o Movida Mensal Flex para carros premium. Por exemplo, um potencial comprador de uma BMW poderia alugar a mesma com a Movida por um período de um mês ao invés de fazer um test-drive de apenas 10 minutos”, avalia o analista Victor Mizusaki. 

Concorrência

A corretora lembra que a concorrente Unidas entrou neste mercado em 2013, quando comprou a Best Fleet. Mizusaki calcula que a locadora pagou o equivalente a R$ 77 mil por carro, contra os R$ 144 mil da Movida. “Comparando com o preço das duas aquisições, a Movida parece estar entrando para um segmento de nível premium ainda mais elevado”, destaca.

“A aquisição parece confirmar nossa visão de que a indústria de aluguel de carros no Brasil continuará se consolidando e a Movida pode passar por uma fusão com a Unidas”, ressalta o analista. O Bradesco mantém a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 13 para o final de 2018.