O que está movimentando os mercados nesta tarde? Veja os destaques
1. Ibovespa recua com exterior negativo e ameaça sinal positivo em outubro
O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta sexta-feira, com o Ibovespa lutando para manter o sinal positivo no mês, marcado por volatilidade, em meio à safra de resultados corporativos no Brasil e renovados temores de nova onda de contágio pela Covid-19 com o avanço de casos na Europa e EUA.
Por volta das 13 horas, o Ibovespa caía 2,15 %, a 94.506,77 pontos. O volume financeiro era de 6,8 bilhões de reais. Em outubro, o Ibovespa agora acumula acréscimo de apenas 0,37%.
Wall Street pouco ajudava, com o S&P 500 em queda de mais de 1% nesta sessão, pressionado pelo recuo em papéis de empresas do setor de tecnologia que divulgaram resultados na véspera, tendo de pano de fundo uma alta recorde de casos de coronavírus nos Estados Unidos e a proximidade da eleição presidencial.
2. Europa deve ser seletiva com lockdowns da Covid, diz BCE
Os governos europeus devem ser seletivos ao interromper a atividade econômica para combater a pandemia de coronavírus e precisam continuar gastando para apoiar empresas e famílias, disseram autoridades do Banco Central Europeu nesta sexta-feira.
Com as infecções por coronavírus testando os limites do sistema de saúde, as maiores nações da zona do euro impuseram medidas de lockdown esta semana, desferindo um golpe para o setor de serviços, que ainda não se recuperou da recessão profunda de alguns meses atrás.
“Devemos tentar derrotar o vírus sem fechar totalmente a economia, porque as consequências em termos de perda da atividade econômica serão muito, muito intensas”, disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos.
O BCE deixou claro na quinta-feira que aumentará o estímulo econômico em dezembro, conforme os lockdowns aumentaram a perspectiva de uma recessão de duplo mergulho, mas as autoridades do banco também transferiram parte do fardo para os governos, argumentando que o papel da política monetária é limitado.
3. Indicador de incerteza da economia recua pelo sexto mês consecutivo no Brasil
O Indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), recuou 2 pontos de setembro para outubro. É a sexta queda consecutiva do indicador, que recuou, porém, em ritmo mais moderado. De agosto para setembro, por exemplo, o decréscimo havia sido de 14,5 pontos.
Com 143,8 pontos em setembro, o indicador ainda se situa 29 pontos acima do período pré-pandemia da Covid-19 – fevereiro deste ano. Em março e abril, início do isolamento social provocado pela pandemia, o índice teve fortes altas, de 52 e 43,4 pontos, respectivamente.
A queda de agosto para setembro foi puxada pelo componente mídia, construído a partir de notícias com menção à incerteza na imprensa, que caiu 4 pontos e chegou a 126 pontos. Já o componente expectativas, baseado nas previsões de analistas econômicos, subiu 4,3 pontos e alcançou 194,3 pontos.
“O componente de mídia recuou, mas também desacelerou no mês, refletindo o cenário novamente deteriorado da pandemia no mundo e novas dúvidas quanto à evolução da pandemia no Brasil. Já o componente de expectativas, que mede a capacidade de se prever cenários para os próximos 12 meses, voltou a subir em outubro”, , disse a economista da FGV Anna Carolina Gouveia.
4. Gastos dos consumidores nos EUA superam expectativa em setembro
Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em setembro, mas o fim dos benefícios de auxílio-desemprego para milhões de norte-americanos e um ressurgimento nos casos de Covid-19 em todo o país podem desacelerar os gastos no quarto trimestre.
O relatório do Departamento de Comércio desta sexta-feira também mostrou que a inflação permaneceu baixa no mês passado, o que poderia permitir ao Federal Reserve manter os juros perto de zero por um tempo para ajudar na recuperação diante da recessão por conta da Covid-19, à medida que o estímulo fiscal perde força.
Um pacote de mais de 3 trilhões de dólares em ajuda governamental em resposta à pandemia, que incluiu um subsídio semanal de auxílio-desemprego, impulsionou o crescimento econômico recorde no terceiro trimestre.
Os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, subiram 1,4% no mês passado após ganho de 1% em agosto. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 1% do consumo em setembro.
5. Preços na indústria do Brasil sobem 2,37%, revela pesquisa do IBGE
Os preços de produtos na saída das fábricas, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor, subiram 2,37% em setembro. O percentual é inferior ao de agosto (3,31%), mas superior ao de setembro de 2019: (0,50%).
De acordo com os dados divulgados hoje (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador acumula inflação de 13,46% no ano e de 15,89% em 12 meses.
Em setembro, 21 das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram alta de preços, com destaque para alimentos (5,28%), indústrias extrativas (3,81%) e outros produtos químicos (2,03%).
Deflação
Ao mesmo tempo, três atividades tiveram deflação (queda de preços). A maior delas foi observada no refino de petróleo e produtos de álcool (-2,83%).
Entre as quatro grandes categorias econômicas, a maior alta de preços foi observada nos bens de consumo semi e não duráveis, que tiveram inflação de 3,05%.