O que está movimentando os mercados nesta tarde? Veja os destaques
1. Ibovespa recua com exterior ainda negativo e receio de novo “março de 2020”
A bolsa paulista mostrava certa fraqueza nesta quinta-feira, após fortes perdas na véspera, com uma bateria de resultados corporativos sob os holofotes, incluindo os números de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), enquanto o cenário externo ainda sugere cautela com o avanço do coronavírus.
Às 13h (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 0,54%, a 94.852,01 pontos.
Investidores também repercutem decisão do Banco Central de manter na quarta-feira a Selic em 2% ao ano, conforme ampla expectativa do mercado, bem como mensagem de orientação futura (forward guidance) e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.
Em Wall Street, o S&P 500 ensaiava melhora, com dados um pouco melhores do que o esperado sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e balanços de tecnologia. Na Europa, porém, o clima persistia negativo, com o londrino FTSE 100 recuando 0,7%, enquanto o petróleo Brent caía 5,7%.
2. Economia dos EUA registra crescimento recorde de 33,1% no 3º trimestre
A economia dos Estados Unidos cresceu a um ritmo inigualável no terceiro trimestre depois de o governo injetar mais de 3 trilhões de dólares em medidas de alívio à pandemia que alimentaram os gastos dos consumidores, embora as cicatrizes da recessão provocada pela Covid-19 devam demorar um ano ou mais para sumir.
O Produto Interno Bruto recuperou-se a uma taxa anualizada de 33,1% no trimestre passado, informou o Departamento do Comércio em sua primeira estimativa nesta quinta-feira. Esse foi o ritmo mais forte desde que o governo iniciou os registros em 1947 e seguiu-se a uma contração recorde de 31,4% no segundo trimestre.
Faltando cinco dias para a eleição presidencial, o presidente Donald Trump provalmente vai usar a recuperação do PIB como um sinal de retomada.
Mas a produção norte-americana continua abaixo do nível visto no quarto trimestre de 2019, fato que o candidato democrata, Joe Biden, deverá destacar junto com sinais de que o impulso de crescimento está perdendo força.
3. BCE mantém política monetária mas sinaliza afrouxamento em dezembro
O Banco Central Europeu manteve sua política monetária ultrafrouxa nesta quinta-feira, resistindo à pressão de adotar mais estímulo em meio a uma nova onda da pandemia, mas deu a indicação mais clara até agora de novo afrouxamento na reunião de dezembro.
Com uma segunda onda de infecções por coronavírus ameaçando a Europa antes do inverno, as maiores economias do bloco, Alemanha e França, anunciaram novos lockdowns. Outros entre os 19 países que usam o euro também estão fechando grande parte de seus setores de serviços, um golpe para a recuperação.
O BCE alertou que a pandemia apresenta riscos para o crescimento econômico e que vai reavaliar se será necessário mais suporte na reunião de 10 de dezembro, quando novas projeções serão disponibilizadas.
“O Conselho vai recalibrar seus instrumentos, conforme apropriado, para responder aos desdobramentos da situação e garantir que as condições de financiamento permaneçam favoráveis para sustentar a recuperação econômica e combater o impacto negativo da pandemia na trajetória projetada de inflação”, disse o BCE em comunicado.
4. Retomada é em formato de V puro e criação de empregos está em ritmo impressionante, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que a retomada da economia não está sendo num formato de V da Nike como inicialmente aventou, mas “V mesmo”, em referência a uma recuperação mais acelerada.
Em audiência pública no Congresso, Guedes disse ainda que a criação de empregos está se dando “a um ritmo bastante impressionante” e que espera que os dados do Caged de setembro, que serão publicados nesta tarde, sejam fortes.
Após classificar o auxílio emergencial como medida muito bem sucedida na crise, ele pontuou que o programa de transferência de renda para 2021 pode ser mais robusto desde que o governo lide corretamente com o teto de gastos, sem irresponsabilidade fiscal, ou pode ser o Bolsa Família.
5. Vendas pendentes de moradias nos EUA recuam em setembro
Os contratos para a compra de moradias usadas nos Estados Unidos caíram inesperadamente em setembro, após quatro saltos mensais consecutivos, mas o mercado imobiliário continua sendo sustentado por taxas de hipotecas em mínimas recordes.
A Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos EUA disse nesta quinta-feira que seu Índice de Vendas Pendentes de Moradias, com base nos contratos assinados no mês passado, caiu 2,2%, para 130,0. A queda ocorreu provavelmente devido à falta de casas disponíveis para venda.
Economistas consultados pela Reuters previam que os contratos imobiliários pendentes, que se transformam em vendas depois de um ou dois meses, saltariam 3,4% em setembro.
As vendas de moradias pendentes saltaram 20,5% em relação ao ano anterior.
O mercado imobiliário tem tido um dos melhores desempenhos da economia norte-americana, mesmo com a pandemia de Covid-19 deixando milhões de pessoas sem emprego.