O que está movimentando os mercados nesta tarde? Veja os destaques
1. Ibovespa recua, mas segue apontando para alta na semana
O Ibovespa tinha leve baixa nesta sexta-feira, com o noticiário doméstico esvaziado, após o fim da temporada de balanços corporativos.
No exterior, ainda prevalecia a cautela relacionada às negociações de novos pacotes de estímulos econômicos, em meio a um aumento no número de casos de coronavírus, enquanto o avanço no desenvolvimento de vacinas dava esperanças ao mercado.
Às 13h15, o Ibovespa caía 0,22%, a 106.440,40 pontos. O volume financeiro era de 5 bilhões de reais. Na véspera, o índice subiu 0,52%, a 106.669,90 pontos. Na semana, o indicador acumula alta de 1,5%.
Uma potencial segunda onda da pandemia de coronavírus seguia preocupando investidores. O número de pacientes hospitalizados com a Covid-19 nos EUA saltou quase 50% nas últimas duas semanas, forçando alguns Estados norte-americanos a estabelecerem novas restrições para conter a propagação do vírus.
Alguns países da Europa já reestabeleceran lockdowns nas últimas semanas.
2. Mnuchin diz que programas emergenciais do Fed encerrarão no fim do ano
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse na quinta-feira que os principais programas de empréstimos do Federal Reserve para pandemia expirariam em 31 de dezembro, colocando o governo Trump em desacordo com o banco central e potencialmente adicionando estresse à economia enquanto o presidente eleito Joe Biden organiza seu administração.
Em uma carta ao chair do Fed, Jerome Powell, Mnuchin disse que os 455 bilhões de dólares alocados para o Tesouro sob a Lei CARES na primavera passada (nos EUA) –grande parte desse volume reservada para apoiar os empréstimos do Fed a empresas, organizações sem fins lucrativos e governos locais– deveriam estar disponíveis para realocação pelo Congresso.
A decisão vem num momento em que dados mostram que a rápida recuperação de uma queda histórica na economia está perdendo força, com mais de 10 milhões de pessoas que tinham empregos em janeiro ainda sem trabalho.
“Estou solicitando que o Federal Reserve devolva os fundos não utilizados ao Tesouro”, disse Mnuchin em carta a Powell, recusando-se a estender programas que o banco central vê como essenciais para garantir que o crédito flua para todas as partes da economia durante o pior tombo econômico em um século.
3. Alcolumbre prorroga MP que libera R$ 2,5 bilhões para vacinas contra coronavírus
O presidente da Mesa do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, prorrogou por 60 dias a medida provisória que libera R$ 2,5 bilhões para para o Ministério da Saúde e assegura a entrada do Brasil no projeto Covax Facility, uma aliança internacional que pretende garantir o acesso dos países a uma vacina contra o coronavírus. O ato foi publicado nesta sexta-feira (20).
A MP 1.004/2020 destina a verba ao Fundo Nacional de Saúde, na forma de créditos extraordinários. O aporte exigido para a adesão ao Covax Facility será usado para custear a compra de vacinas, eventuais tributos e custos operacionais do programa. O acordo de compromisso deve ser executado pelo Ministério da Saúde, com a cooperação do Ministério das Relações Exteriores.
O Covax Facility é administrado pela Gavi Alliance, uma iniciativa da Fundação Bill e Melinda Gates. A parceria público-privada é responsável pela distribuição de vacinas nas áreas mais pobres do mundo. Entre 2000 e 2010, a Gavi Alliance contribuiu com a imunização de 288 milhões de crianças contra doenças como difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, febre amarela e poliomielite
4. Guedes alerta Bolsonaro sobre tentações de abandonar agenda fiscal
A equipe econômica quer evitar que o presidente Jair Bolsonaro ceda a tentações de abandonar a agenda de ajuste fiscal e abrace a visão de que é preciso continuar gastando no pós-pandemia. O presidente tem recebido documentos que mostram a importância de apoiar propostas como a PEC do Pacto Federativo e alertam para os riscos de o governo não retomar as reformas.
Há um temor de que, passada a disputa eleitoral nos estados, vozes como a do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ganhem mais influência junto ao presidente.
O fraco desempenho dos candidatos apoiados por Bolsonaro tenderia a reforçar a visão de que é preciso fazer mais investimentos nos estados, uma bandeira de Marinho, afirma uma fonte da área econômica. Marinho, no entanto, não seria um nome viável para comandar a Economia porque Paulo Guedes já conseguiu colar nele o rótulo de fura-teto.