Mercados

O que está movimentando o mercado nesta tarde? Veja os destaques

24 nov 2020, 12:55 - atualizado em 24 nov 2020, 12:55
Veja as principais notícias do dia (Imagem: Pixabay)

1. Ibovespa volta aos 109 mil pontos e se aproxima de máxima; bancos e Petrobras saltam

A bolsa paulista começava a terça-feira com o Ibovespa em alta, apoiado principalmente no forte avanço de bancos Petrobras, além do viés positivo externo com noticiário recente promissor sobre uma vacina contra o coronavírus, e de sinais favoráveis sobre a transição de governo nos Estados Unidos.

Às 13h (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) subia 1,55%, a 109.045,62 pontos. Na máxima, ultrapassou 108 mil pontos, o que não acontecia desde o começo de março, antes da decretação de quarentenas no Brasil para combater a pandemia de Covid-19.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na segunda-feira que pediu que a diretora da Agência de Serviços Gerais (GSA), Emily Murphy, inicie a transição de poder para o governo do presidente eleito Joe Biden, apesar de seus planos de continuar com as disputas jurídicas contra o resultado da eleição.

Biden, por sua vez, indicou o ex-secretário de Estado John Kerry para o cargo de enviado especial do Meio Ambiente, em um sinal de que está colocando a questão no centro de sua política externa. Outros potenciais nomes para a sua equipe também repercutiram nos mercados na véspera.

Do noticiário sobre vacinas contra o coronavírus, a Rússia anunciou nesta terça-feira que sua vacina Sputnik V custará menos de 20 dólares por pessoa em mercados internacionais e será gratuita para cidadãos russos.

2. IPCA-15 sobe 0,81% em novembro, diz IBGE

A prévia da inflação brasileira registrou em novembro o maior nível para o mês em cinco anos e mostrou que os custos dos alimentos continuam pesando nos bolsos dos consumidores na reta final do ano, levando a alta dos preços em 12 meses acima do centro da meta do governo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir 0,81% em novembro, de 0,94% no mês anterior, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 12 meses, a alta acumulada foi a 4,22%, de 3,52% antes. Com isso, a inflação ficou acima do centro da meta para este ano, que é de 4% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Ambos os resultados superaram ainda as expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 0,72% no mês e de 4,12% em 12 meses.

Em novembro, todos os grupos pesquisados apresentaram alta, mas o maior peso ficou novamente para Alimentação e bebidas.

A inflação dos alimentos vem se destacando nesse final de ano, também por conta do câmbio favorável às exportações, o que levanta preocupações de uma alta mais disseminada dos preços.

Os preços de alimentação e bebidas apresentaram avanço de 2,16% no mês, sendo que os alimentos para consumo no domicílio subiram 2,69%. Influenciaram nesse resultado itens importantes na mesa das famílias, como as carnes (4,89%), o arroz (8,29%) e a batata-inglesa (33,37%).

3. Economia melhora estimativas do PIB em 2020 ao considerar tombo de 4,5% no ano

Ministério da Economia atualizou nesta terça-feira suas estimativas fiscais para 2020, melhorando os números após passar a considerar uma retração da economia de 4,5% este ano.

Em suas projeções anteriores, de 30 de outubro, a pasta havia incorporado um tombo de 4,98% para o PIB, extraído do boletim Focus. Agora, utilizou parâmetros internos do ministério, divulgados na semana passada pela Secretaria de Política Econômica.

A expectativa passou a ser de déficit primário do governo central de 844,3 bilhões de reais, ou 11,7% do PIB, contra 880,5 bilhões de reais, ou 12,3% do PIB, antes.

Para o setor público consolidado, o governo prevê agora um rombo primário de 856,7 bilhões de reais, equivalente a 11,9% do PIB. Anteriormente, o déficit havia sido calculado em 905,4 bilhões de reais, ou 12,7% do PIB.

A dívida bruta deve encerrar o ano em 94,4% do PIB (96,0% antes), e a dívida líquida em 66,5% do PIB (68,2% antes).

Ainda que estejam menores, todos os números são recordes e refletem o forte desequilíbrio das contas públicas brasileiras, situação exponencialmente agravada neste ano em função dos vultosos gastos do governo federal com o enfrentamento à pandemia de Covid-19.

4. China pode voltar a faixa econômica razoável em 2021, diz premiê

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, afirmou nesta terça-feira que a atividade econômica pode voltar a uma faixa razoável no próximo ano, depois do impacto do coronavírus em 2020.

Falando em entrevista à imprensa com os chefes das principais organizações econômicas e financeiras internacionais, Li também disse que a China continuará com sua abertura e não buscará um superávit comercial, mas em vez disso dará ênfase igualitária a importações e exportações.

A China quer alcançar um equilíbrio do comércio, disse ele.

5. Autoridade do BCE vê impasse sobre pacote como ‘irresponsável’

Olli Rehn, membro do Banco Central Europeu, criticou o impasse político sobre os planos de recuperação da pandemia da região, em meio à crescente preocupação de que bancos centrais serão novamente obrigados a se encarregarem do apoio à economia.

O pacote de gastos de 1,8 trilhão de euros (US$ 2 trilhões) da União Europeia – um orçamento para vários anos e o chamado fundo Próxima Geração UE que, segundo a presidente do BCE, Christine Lagarde, deve ser operacionalizado sem demora – está sendo segurado pela Hungria e Polônia por causa de condições impostas para acesso aos fundos.

Com a possibilidade de que novas paralisações provoquem uma recessão dupla, o BCE já planeja mais estímulos monetários em dezembro. O risco é que, se a ajuda fiscal for reduzida, o banco central fique com um fardo maior para a recuperação em um momento em que seu arsenal já está esgotado.

“Acho irresponsável que o marco financeiro e a Próxima Geração UE tenham se tornado bolas de futebol políticas”, disse Rehn, ex-comissário europeu. “Espero que os estados membros resolvam este problema”, acrescentou em entrevista.

Autoridades do BCE enfatizaram que governos nacionais e a UE devem intensificar a resposta fiscal para combater a recente onda de casos de coronavírus, porque a política monetária por si só não pode criar a demanda necessária para proteger a economia.