O que está mexendo com os mercados? Veja as principais notícias desta tarde
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1. Ibovespa recua com pandemia e mudança na Turquia no radar
O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, em meio ao forte declínio de blue chips como bancos, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3), com ações de companhias aéreas também na ponta negativa dado o quadro ainda grave de Covid-19 no país.
Por volta das 12h55 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 1,67%, a 114.278,90 pontos. O volume financeiro era de 5,9 bilhões de reais.
O declínio ocorre após o Ibovespa subir 1,8% na semana passada, apoiado na sinalização “dovish” do banco central dos Estados e tentativa do Copom de ancorar projeções de inflação, além de alguma trégua nos Treasuries.
“O temor da piora do quadro da pandemia da Covid-19 continua pressionando o mercado financeiro global”, afirmaram os analistas Fernando Bresciani e Pedro Galdi, da Mirae Asset, em comentários a clientes mais cedo.
No exterior, a Alemanha deve ampliar nesta segunda-feira medidas de lockdown na tentativa de conter uma terceira onda de casos de Covid-19, o que economistas veem atrasando a tão esperada recuperação na maior economia da Europa.
No Brasil, a questão sanitária continua no radar e mesmo novos acordos envolvendo vacinas têm efeito limitado na confiança de investidores, com o país a caminho de alcançar 300 mil mortes e 22 milhões de casos desde o começo da pandemia.
Economias, ex-BCs, ex-ministros, empresários e outros nomes conhecidos do mercado financeiro assinaram uma carta publicada na imprensa nesta segunda-feira cobrando do governo aceleração do ritmo de vacinação e outras medidas.
Estrategistas do Santander Brasil também chamam a atenção para a troca de comando do banco central Turquia no fim de semana, que fez a lira turca despencar em razão de potenciais efeitos de contágio em outros países emergentes, como o Brasil.
O presidente Tayyip Erdogan surpreendeu no fim de semana e demitiu o presidente “hawkish” do banco central turco, Naci Agbal, provocando temores de uma reversão das recentes altas dos juros.
2. Vendas de moradias usadas nos EUA têm forte queda em fevereiro
As vendas de moradias nos Estados Unidos recuaram mais do que o esperado em fevereiro, uma vez que o tempo frio afetou muitas partes do país, e a recuperação pode ser ofuscada pela alta das taxas hipotecárias e preços mais altos em meio ao aperto da oferta.
A Associação Nacional de Corretores informou nesta segunda-feira que as vendas de moradias usadas caíram 6,6%, para uma taxa ajustada sazonalmente de 6,22 milhões de unidades, no mês passado.
Economistas consultados pela Reuters projetavam queda de 3,0%, para 6,5 milhões de unidades, em fevereiro. As revendas de moradias, que respondem pela maior parte das vendas nos EUA, aumentaram 9,1% na comparação anual.
O frio rigoroso, que trouxe fortes tempestades de inverno no Texas e em outras partes da região Sul, prejudicou a atividade econômica no mês passado, afetando as vendas no varejo, a produção nas fábricas e a construção de moradias.
3. Butantan entrega mais 1 milhão de doses da CoronaVac, total até agora alcança 25,6 milhões
O Instituto Butantan entregou nesta segunda-feira um novo carregamento com 1 milhão de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, e o total de remessas feitas à pasta atingiu 25,6 milhões de doses do imunizante.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que acompanhou a entrega do novo carregamento nesta segunda-feira, assegurou que os insumos necessários para o Butantan concluir a primeira etapa do contrato com o Ministério da Saúde, a entrega de 46 milhões de doses da CornaVac ao PNI até o fina de abril, estão garantidos.
“Até o final do próximo mês de abril, serão 46 milhões de doses da vacina do Butantan e esta confirmação deste total, com os insumos e com a produção, está confirmada. Portanto, até o final de abril, serão 46 milhões de doses da vacina do Butantan, e hoje celebramos a entrega do total de 25,6 milhões de doses da vacina”, afirmou.
4. Marfrig recebe três indicações e se torna a ação mais recomendada da semana
A Marfrig (MRFG3) se destacou nessa semana e passou de segundo para o primeiro lugar no ranking das ações mais indicadas da semana, de acordo com o levantamente realizado pelo Money Times.
A ação, que antes estava na cola da Vale (VALE3), agora é a única com três indicações dos analistas de oito corretoras.
De acordo com a XP Investimentos, a empresa está em tendência de alta projetando R$ 16,50 ou R$ 18,30 e tem suportes em R$ 15,25 e R$ 14,77.
Assim, outras oito empresas receberam duas indicações cada, sendo elas BB Seguridade (BBSE3), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Itaú Unibanco (ITUB4), Randon (RAPT4), Suzano (SUZB3), Vale e Via Varejo (VVAR3).
Na semana, o Ibovespa rendeu 1,81%.
5. Powell diz que buscaria moeda digital apenas com apoio do Congresso
O Federal Reserve (Fed) não prosseguiria com planos de uma moeda digital do banco central sem a aprovação do Congresso, e a pesquisa atual sobre o tópico está focada nos riscos e benefícios, e não em criar um protótipo, disse Jerome Powell, chair do Fed (BC dos Estados Unidos), nesta segunda-feira.
“Não prosseguiríamos sem o apoio do Congresso” e a aprovação de quaisquer leis de autorização necessárias, disse Powell quando questionado em uma conferência do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) se seria legal o Fed criar uma moeda digital.
Uma colaboração com a Iniciativa de Moeda Digital do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) está “focando as capacidades e limitações das tecnologias, não a tentativa de criar um protótipo. Vamos tentar construir a base e ver o que aprendemos”.