O que esperar dos resultados de 14 empresas do varejo no 3T22, segundo BTG
O BTG Pactual compartilhou suas expectativas para os resultados de 14 empresas do setor do varejo brasileiro.
Na avaliação do time de análise do banco, o terceiro trimestre deve continuar mostrando um ponto de inflexão nos fundamentos da maioria das companhias sob sua cobertura, com as receitas subindo 70% em relação ao terceiro trimestre de 2019 e 15% na comparação ano a ano.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve avançar 22% no comparativo anual, impulsionado por um crescimento mais acelerado e pelos esforços de otimização de custos. Além disso, as empresas passaram a adotar uma postura mais racional em termos de precificação.
Por outro lado, custos de financiamento mais elevados devem travar o lucro consolidado do setor, com o BTG esperando uma queda de 39% ano a ano. Outro ponto levantado pelo banco é que a recuperação deve desacelerar em comparação com os últimos trimestres.
E-commerce
Para as empresas do varejo de e-commerce, o BTG projeta alta de 6% no GMV (volume bruto de mercadorias) online do (1) Magazine Luiza (MGLU3), incluindo a aquisição da KaBuM!. O GMV consolidado deve subir 5% no comparativo anual.
No caso da (2) Americanas (AMER3), o BTG espera ver queda no GMV online da companhia, de 12%, com a divisão 1P se mostrando o destaque negativo. O indicador SSS (Vendas Mesmas Lojas) deve cair 1% ano a ano.
O BTG espera um crescimento combinado de GMV para Mercado Livre, Magalu, Americanas e Via (VIIA3) de 3% na comparação ano a ano, ante alta de 9% no segundo trimestre.
Moda/calçados
Mais uma vez, as varejistas com maior exposição ao segmento de alta renda devem reportar os melhores resultados, avaliam os analistas.
De acordo com o BTG, a (3) Arezzo (ARZZ3) e o (4) Grupo Soma (SOMA3) devem reportar crescimento anual de 46% e 24% na receita líquida, respectivamente. A desaceleração no ritmo de expansão já é esperada.
Sobre o (5) Grupo SBF (SBFG3), a expectativa é de queda anual de 1% na receita líquida, com margens pressionadas.
Para a (6) Lojas Renner (LREN3), o banco espera receita líquida 37% maior no terceiro trimestre ante o mesmo intervalo de 2019 e 12% superior em relação ao ano passado, com a margem Ebitda de varejo caindo em torno de 350 pontos-base sobre o terceiro trimestre de 2019.
Varejo alimentício
O setor de varejo alimentício tem mostrado uma sólida performance no ano até agora, mas deve sentir o impacto da desaceleração da inflação de alimentos nos últimos meses nesta temporada de resultados do terceiro trimestre.
O (7) Assaí (ASAI3) deve reportar um crescimento SSS de 9% ano a ano, enquanto o avanço do (8) Carrefour Brasil (CRFB3) pode atingir 12%, influenciado pelo Atacadão.
Para o (9) Grupo Mateus (GMAT3), a expectativa é de crescimento anual de 9,5% em SSS.
Em relação ao (10) Burger King (BKBR3), espera-se que a companhia mantenha a retomada dos últimos trimestres, com receita avançando 13% ante terceiro trimestre de 2019 e subindo 15% ano a ano).
Farmácias
No casa das redes de farmácias, o BTG avalia que a (11) Raia Drogasil (RD – RADL3) mostrará aumento de 19% na receita líquida na comparação ano a ano. O SSS consolidado deve crescer 13%, estima, enquanto a margem Ebitda subirá 10 pontos-base.
Para a (12) Panvel (PNVL3), o BTG também estima números sólidos, com SSS avançando 19% ano a ano.
Petz e Quero-Quero
O banco revelou suas expectativas para (13) Petz (PETZ3), que parece bem posicionada para se manter em destaque no mercado. Analistas projetam avanço anual de 33% para as vendas brutas no terceiro trimestre, ou 25% excluindo a Zee.Dog.
Por outro lado, a margem Ebitda deve recuar aproximadamente 300 pontos-base (e -110 pontos-base desconsiderando a Zee.Dog), dado o ritmo agressivo de expansão de lojas e o cenário inflacionário.
A (14) Lojas Quero-Quero (LJQQ3) deve mostrar um ritmo menor de crescimento, com as receitas brutas subindo apenas 1% no comparativo anual. O BTG estima queda de 530 pontos-base na margem Ebitda.
O BTG segue “cautelosamente otimista” no curto prazo com o setor de varejo, dando preferência a um mix de companhias expostas à retomada da economia, mas com algum poder de precificação e proteção inflacionária – Arezzo e Soma, por exemplo.
Outra preferência de curto prazo é a Renner, que ainda conta com números operacionais decentes.
Segundo o BTG, ao passo que a visibilidade melhora nos próximos trimestres, traduzindo em menor aversão a risco, o BTG adicionaria Mercado Livre e Grupo Mateus em seu portfólio.
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