O que esperar dos primeiros testes com Real Digital, segundo Banco Central
Moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) correspondem a uma versão digital de moedas nacionais. No caso brasileiro, a CBDC é o real digital – que ainda está em desenvolvimento pelo Banco Central.
A iniciativa para o desenvolvimento do real digital foi reunida pelo BC em uma edição especial do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas – chamada LIFT Challenge.
Dentre as 47 propostas apresentadas, foram selecionadas nove, elaboradas por: Aave, Banco Santander do Brasil, Febraban, Giesecke + Devrient, Itaú Unibanco, Mercado Bitcoin, Tecban, Vert e Visa do Brasil.
Uma apresentação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, feita em agosto foi a primeira a constar que a previsão para o início dos primeiros testes com o real digital seria em setembro.
Pontapé do real digital
Em nota ao Crypto Times, o Banco Central brasileiro detalhou as primeiras etapas dos testes com real digital.
Segundo a autoridade monetária, os participantes selecionados no LIFT Challenge usarão uma infraestrutura própria para a condução dos testes com a CBDC brasileira.
Porém, os selecionados não comandarão sozinhos os testes. Os organizadores da edição especial do Laboratório – BC e a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) – irão gerenciar um espaço virtual para interação com cada participante.
Além disso, serão conduzidas reuniões quinzenais para verificar o andamento dos projetos.
O que esperar neste início
De acordo com o Banco Central, a interação na fase atual é completamente virtual, e as transações feitas nos testes serão somente simulações.
O BC espera esclarecer algumas questões nesta primeira fase, principalmente as perguntas sobre as “especificações tecnológicas da plataforma que servirá de suporte para as fases seguintes da iniciativa”, afirmou a instituição.
A fase de testes com o real digital teve início neste mês e continuará até janeiro de 2023. No segundo trimestre do próximo ano, deverá ter início a fase de pilotos com a CBDC brasileira, que seguirá até o segundo semestre de 2024.
À frente de outros BCs
Embora o dólar esteja forte em relação à moeda brasileira – ultrapassando R$ 5,30 nesta semana – o cenário em relação ao desenvolvimento de CBDCs é diferente.
O Banco Central brasileiro encontra-se em estágio avançado em relação às economias do eixo América do Norte-Europa, estando à frente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e do Banco Central Europeu (BCE).
No caso americano, o país ainda está na etapa de pesquisa sobre o dólar digital, enquanto o BCE encontra-se na fase de desenvolvimento inicial do euro digital, segundo dados do site Atlantic Council.
Apesar disso, Fabio Panetta, membro do conselho do BCE, sugeriu que o BC da zona do euro não será um dos líderes no setor das CBDCs. Em vez disso, o BCE irá monitorar a amplitude da adoção de stablecoins e CBDCs.
O avanço do desenvolvimento do real digital encontra-se em maior sintonia ao de outras economias emergentes, como a China, com o yuan digital (e-CNY).
O país asiático foi destaque nos noticiários em 2021, com testes-piloto da CBDC chinesa, e revelou na semana passada uma expansão dos testes com e-CNY para quatro novas províncias: Jiangsu, Hebei, Sichuan e Guangdong – a mais populosa do país.
MONEY TIMES NAS ELEIÇÕES 2022!
Assista à série especial com as propostas para a economia dos candidatos à Presidência da República! Siga o Money Times no Facebook!
Disclaimer
O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.