O que esperar do mercado de criptomoedas em junho? Saiba onde investir

O Bitcoin (BTC) – e o mercado de criptomoedas em geral – consagrou o mês de maio como o primeiro no vermelho desde janeiro de 2023. As criptomoedas estavam em uma tendência de alta, após um ano ruim em 2022, com a quebra da FTX e crises como a de Terra (LUNA).

Esse é um indicador para uma reversão de tendência ou apenas uma correção saudável?

Para Orlando Telles, analista e especialista em criptoativos, neste último semestre, o mercado estava vivenciando um momento de euforia desde a quebra dos bancos, que começou com o Silicon Valley Bank (SVB).

Durante essa crise, houve uma injeção de capital na economia norte-americana que resultou em altas significativas do mercado, inclusive em criptomoedas memes, as memecoins, conforme relembra Telles.

A injeção de capital na economia norte-americana, bem como indicadores de aumento de apetite ao risco no país, sempre tende a ser positiva para as criptomoedas. O motivo é a atração do capital institucional, o que aumenta a liquidez e a volatilidade desse mercado, considerada como de risco pelos grandes investidores.

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Coloca na conta do cenário macro

Após a euforia, devido à injeção de mais capital nos Estados Unidos, veio a correção. Os investidores estão colocando a razão para trabalhar, realizando seus lucros e reavaliando seus portfólios. Não somente isso, como também uma incerteza sobre a realidade norte-americana, após a renegociação do teto da dívida vir à tona.

“Durante essa semana, percebemos uma incoerência significativa nos discursos do Fed, e de pessoas da entidade, que teremos uma alta nas taxas de juros, o que derrubou o mercado”, explica Telles. Inicialmente essa alta na taxa de juros foi precificada, com as quedas dos mercados tradicionais.

Entretanto, dados recentes do CME indicam que a visão foi alterada logo após uma entrevista de um dos membros do Fed ao WSJ, onde indica que essa alta não viria ainda este mês.

A incerteza no curto e médio prazo age como touros brigando contra ursos e equiparando as altas e baixas. O resultado desse confronto é a lateralidade dos preços.

Onde investir no mercado de criptomoedas?

Telles comenta que, ao olharmos para a expectativa de longo prazo dos investidores, é possível observar que, no fim de 2023 e início de 2024, teremos uma queda na taxa de juros, tornando-se mais amigável e atrativo para o mercado de cripto.

“Esse é o momento de entender quais são os segmentos que vão se destacar no próximo semestre e nos próximos 365 dias para começarmos a construir esse portfólio pensando nesse cenário de estabilização macroeconômica e ciclos mais perenes de alta”, diz

Nesse sentido, o analista comenta que enxerga a Ethereum como um ativo bem estabelecido. O ecossistema tem uma diversificação significativa de receitas e demandas no espaço de bloco, como NFTs, finanças descentralizadas (DeFi), stablecoins e novas entradas de desenvolvedores.

Além da Ethereum, Telles comenta sobre as soluções de segunda camada chamadas rollups, que podem se aproveitar de uma possível redução nos custos de operação, por conta de futuras atualizações.

“Vejo o caso dos rollups de modo geral, principalmente com a proximidade no final do ano da atualização do EIP-4844 [proposta de melhoria da rede Ethereum], que vai reduzir em 20% o custo deles. Nesses modelos, eu olharia para Polygon (MATIC) e Arbitrum (ARB), que vão absorver bastante dessa redução de preço, como também uma temporada de distribuição de tokens”, diz.

Um mercado que Telles também diz estar olhando é o de camadas zeros. São blockchains que focam na unificação de todas as outreas, de forma a facilitar a liquidez do mercado como um todo.

“Nesse sentido, olho para a Zetachain e a LayerZero Labs como possíveis futuros airdrops”, comentou.

Essas duas menções do analista ainda não possuem seus criptoativos, embora o analista acreditem na possibilidade de um lançamento por meio da distribuição gratuita, como aconteceu com a Arbitrum (ARB) dois meses atrás.