Comprar ou vender?

O que esperar das moedas após o BCE

17 set 2024, 12:47 - atualizado em 17 set 2024, 12:47
Christine Lagarde
(Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach)

Análise por Igor Silva

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou, na quinta-feira passada, uma redução nas suas taxas de juros de referência, com o objetivo de aliviar as condições financeiras da zona do euro em meio a um cenário econômico incerto.

A facilidade permanente de cedência de liquidez foi reduzida de 4,5% para 3,9%, enquanto a taxa de depósito (taxa de referência) foi cortada em 25 pontos base, chegando a 3,5%. Além disso, o BCE cortou a taxa das operações principais de refinanciamento em 60 pontos base, agora em 3,65%.

Na sua declaração oficial, o BCE ressaltou que esse ajuste reflete uma moderação planejada da política monetária, com o intuito de garantir uma transição mais suave para um ambiente econômico mais restritivo.

Essa decisão foi tomada com base na avaliação do Conselho do BCE sobre a dinâmica da inflação subjacente, a força da transmissão da política monetária, e as projeções para a inflação no médio prazo.

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Pontos-chave da Declaração do BCE:

O BCE reafirmou seu compromisso de garantir que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo, mas admitiu que a inflação pode subir novamente no final de 2024.

A política de manter as taxas de juros em níveis suficientemente restritivos continuará “pelo tempo necessário” para assegurar esse objetivo, destacando que qualquer ajuste futuro será baseado em dados econômicos recebidos e reuniões subsequentes.

A inflação interna continua elevada devido ao crescimento significativo dos salários, que permanecem em patamares altos e voláteis. Entretanto, o BCE observou que as pressões sobre os custos da mão de obra estão começando a moderar, à medida que os lucros amortecem parte do impacto inflacionário causado pelos altos salários.

O BCE destacou que as condições de financiamento permanecem restritivas e que a atividade econômica ainda está moderada, refletindo o cenário de incertezas e dificuldades que a zona do euro enfrenta atualmente.

Projeções Econômicas:

O crescimento econômico da zona do euro para 2024 foi revisado para 0,8%, com uma projeção de crescimento gradual para 1,3% em 2025 e 1,5% em 2026.

A inflação esperada para 2024 está em 2,5%, com uma ligeira queda para 2,2% em 2025 e 1,9% em 2026, conforme as projeções revisadas de junho. Já o núcleo da inflação foi revisado para 2,3% em 2025 e 2,0% em 2026.

Esses ajustes destacam um cenário de incerteza no qual o BCE precisa equilibrar uma inflação persistentemente alta com uma economia fragilizada por um crescimento anêmico. A política de afrouxamento moderado visa fornecer suporte ao crescimento econômico, sem perder de vista o controle da inflação.

Análise Técnica:

O gráfico EUR/USD de 1h mostra um canal de alta, seguido por um rompimento que formou um triângulo ascendente. Atualmente, o par está testando um nível de resistência significativo na parte superior do canal descendente.

Indicadores principais:

Média móvel de 144 períodos: O preço está próximo a essa média, o que indica uma possível reversão se o par conseguir se manter acima dela.

IST: O histograma do IST apresenta uma possível fraqueza na tendência de baixa. Se o IST continuar subindo com o histograma verde, pode ser uma oportunidade para comprar.

Níveis de Fibonacci: O nível de resistência em 1,10603 é uma barreira importante. Caso seja rompido, pode abrir espaço para uma alta adicional.

Juntando Tudo:

A confluência entre a flexibilização da política monetária do BCE e o teste da resistência técnica sugere que o EUR/USD pode entrar em uma fase de recuperação. Caso o preço rompa a resistência, isso pode gerar mais compras no curto prazo, mas a falha nesse rompimento pode levar a uma nova pressão de venda.