Mercados

O que é a Selic e como levar ela em conta na hora de investir?

23 set 2018, 18:53 - atualizado em 21 set 2018, 18:56

Por Leonardo Covello, para o BTG Pactual Digital

Após ter explicado um pouco mais sobre a inflação, seguindo a sequência de textos em que contamos sobre os conceitos comuns no noticiário econômico, chegou o momento de falarmos sobre a taxa Selic e os impactos que ela traz em sua vida e seus investimentos.

O que é a Taxa Selic?

Em primeiro lugar é importante entender um pouco sobre a dinâmica do mercado financeiro: ele é o lugar onde os poupadores encontram os tomadores. Isso acontece, pois quem tem excesso de recursos pode emprestar a quem precisa dos recursos, para que a economia possa se desenvolver.

Contudo, qual a vantagem em emprestar dinheiro para receber no futuro? Nesse contexto, deve haver uma taxa mínima que referencie as remunerações dos empréstimos feitos pelos poupadores para os tomadores. Logo, o dinheiro emprestado será recebido no futuro remunerado por uma taxa de juros.
A taxa de juros adequada para cada momento é aquela que proporciona a boa circulação do dinheiro na economia. Ou seja, o índice é um facilitador para as trocas de recursos entre pessoas físicas, pessoas jurídicas e instituições financeiras. Essa taxa de juros básica, aqui no Brasil, se chama taxa Selic.

Como a SELIC é definida?

Oito vezes ao ano, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) vota para determinar a taxa que determine o equilíbrio do mercado financeiro brasileiro, essa é a Selic Meta. A taxa Selic adequada para cada momento é aquela que proporciona a boa circulação do dinheiro na economia. Outra importante função da taxa de juros da economia é regular a inflação. Mas como a Selic conversa com a inflação?

O raciocínio resumido é o seguinte: frente à alta inflação, o governo procura medidas para diminuir a demanda por produtos (alta demanda é alta procura, logo os preços sobem – a definição de inflação é a alta generalizada dos preços). Uma forma de estimular as pessoas a pouparem é aumentar a remuneração desses poupadores; aumentando a Selic temos esse resultado.

Como a SELIC deve ser considerada nos meus investimentos?

Vamos a um exemplo. Quando emprestamos dinheiro para o governo, ele devolve o valor aplicado no futuro – fazemos isso através do Tesouro Direto, programa de compra e venda de títulos públicos. Um dos papéis do Tesouro Direto é o Tesouro Selic, que remunera no futuro justamente a taxa Selic do período em que você emprestou dinheiro para o governo.

Diversos produtos de investimento, como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), por exemplo, usam o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), indicador que anda muito próximo da taxa Selic, para remunerar o investidor.

Para termos uma dimensão: atualmente, a poupança remunera 70% da taxa Selic, enquanto o Tesouro Selic paga ao investidor 100% da taxa. Mesmo quando se considera a cobrança de imposto de renda sobre o Tesouro, e a taxa de custódia obrigatória da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) essa ainda tende a ser uma aplicação mais rentável que a poupança em todos os cenários.

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