Comprar ou vender?

O que comprar? Veja as 2 novidades da carteira Top 10 do Bradesco para setembro

02 set 2019, 13:34 - atualizado em 02 set 2019, 13:34
Segundo o Bradesco, a inclusão da BRF, uma das maiores produtoras de proteína animal do país, é justificada pela redução do seu nível de endividamento (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Bradesco BBI trocou duas ações em sua carteira recomendada para setembro, em relação à de agosto. A instituição retirou os papéis do Pão de Açúcar (PCAR4) e da Vale (VALE3), e incluiu as ordinárias da BRF (BRFS3) e da Rumo (RAIL3). A corretora citou dois motivos para as mudanças: 1) buscar um maior equilíbrio de papéis no setor de consumo e varejo, uma vez que a carteira já possui duas ações ligadas ao setor (Magazine Luiza e Lojas Renner); e 2) o momento conturbado do comércio internacional, que penaliza a cotação do minério de ferro.

Com isso, a carteira recomendada para setembro é composta por Aliansce Sonae (ALSO3), B3 (B3SA3), Banco do Brasil (BBAS3), BRF (BRFS3), Cemig (CMIG4), Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3), Rumo (RAIL3), Tenda (TEND3) e Ultrapar (UGPA3).

Segundo o Bradesco, a inclusão da BRF, uma das maiores produtoras de proteína animal do país, é justificada pela redução do seu nível de endividamento. A empresa encerrou o segundo trimestre com uma relação dívida líquida/Ebtida de 3,7 vezes, ante 5,6 vezes em março. Na prática, isso significa que a companhia precisa, agora, do equivalente a 3,7 vezes sua geração de caixa para quitar seus compromissos. A corretora atribui o bom desempenho aos resultados obtidos pelo plano de recuperação da BRF, focado em venda de ativos, prioridade de algumas regiões, ajustes nas plantas etc.

Quanto à Rumo, a instituição cita quatro motivos para sua incorporação à carteira de recomendações de setembro. O primeiro é o forte aumento das exportações de milho esperado para o terceiro trimestre, que deve elevar a demanda por transporte ferroviário (o setor em que a Rumo atua). O segundo é a perspectiva de maior exportação dos estoques de soja. O avanço do mercado de fertilizantes é o terceiro fator lembrado pela Bradesco Corretora. Por fim, a instituição também aposta que a China pode manter o Brasil como parceiro preferencial, em meio à guerra comercial que Pequim trava com os Estados Unidos.

Veja cada recomendação:

Aliansce Sonae (ALSO3): os bons resultados divulgados no segundo trimestre, como o aumento da taxa de ocupação de seus shopping centers e a redução da inadimplência, indicam que a companhia continuará entregando um “crescimento sólido”. Entre os motivos, estão a captura de sinergias decorrentes da fusão com a Sonae Brasil, que deve elevar a geração de lucro acima da média do setor; e sua liderança em área bruta locável (ABL), que melhora seu poder de negociação com os lojistas.

B3 (B3SA3): para a corretora, a dona da bolsa de valores brasileira é o “melhor veículo para se beneficiar da expansão do mercado de capitais.” Os juros historicamente baixos e a lentidão da recuperação econômica são fatores que devem beneficiar a B3.

Banco do Brasil (BBAS3): a banco federal deve se destacar em relação aos concorrentes privados em alguns aspectos a partir de 2020, segundo a corretora. Além do crescimento, a carteira de crédito também está se diversificando, com a redução do peso de clientes corporativos e maior espaço a carteira de varejo. Essa mudança, de acordo com a Bradesco Corretora, tende a estabilizar as margens do BB, enquanto os concorrentes privados sofrerão uma queda de margens, devido à maior competição.

Cemig (CMIG4): a estatal mineira deve se beneficiar da melhoria dos resultados operacionais a partir deste ano, sustentados, entre outros, pela redução das perdas na distribuição de energia, pela redução gradual da folha de pagamento e pela melhor gestão de custos. Os analistas do Bradesco não incorporaram uma eventual privatização da companhia, mas afirmam que, se ela vier, o preço-alvo dos papéis, hoje em R$ 17 por ação, poderia subir para R$ 20.

Lojas Renner (LREN3): os resultados abaixo do esperado no segundo trimestre não abalaram a confiança da Bradesco Corretora. Para a instituição, a varejista continua no “caminho certo”. O aumento das vendas no conceito “mesmas lojas” e o possível estímulo do consumo pela injeção de recursos do FGTS, PIS e PASEP são alguns dos motivos que sustentam o otimismo sobre seus papéis.

Magazine Luiza (MGLU3): a liderança da empresa no setor de varejo deve permitir que seu crescimento permaneça “mais alto por mais tempo”, segundo a Bradesco Corretora. Essa posição tende a ser reforçada pela compra da Netshoes e pelo aumento da eficiência logística.

Tenda (TEND3): os resultados operacionais e financeiros da incorporadora vêm surpreendendo o mercado, conforme os analistas. Um exemplo foram os números do segundo trimestre, acima do esperado pela corretora. Espera-se que a empresa continue avançando no segmento de imóveis mais acessíveis, dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.

Ultrapar (UGPA3): a companhia deve ser beneficiada pela aceleração do PIB a partir de 2020, o que elevaria o volume de venda de combustíveis. A empresa também será ajudada pela queda dos juros, já que suas dívidas são bastante expostas ao CDI.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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