O que comprar e vender na Bolsa em 14 setores, segundo o UBS
Em um extenso relatório publicado nesta segunda-feira (27), o UBS revelou as suas preferências e as ações a serem evitadas em 2018 no Brasil com base em uma projeção geral otimista para o mercado brasileiro. A estimativa para o Ibovespa é de 84 mil pontos.
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Confira, abaixo, as principais apostas em 14 setores. São 17 recomendações de compra e 8 de papéis a serem deixados de lado.
Setor Financeiro
A recomendação de alocação é acima da média no Brasil e a principal recomendação é o Banco do Brasil (BBAS3), com um preço-alvo de R$ 44,50. “Vemos o BB como um participante alavancado para uma mudança cíclica com avaliação atrativa. O foco da gestão na melhoria da rentabilidade deve fortalecer a base de capital e reduzir o risco de capitalização”, explica o UBS.
Setor financeiro não-bancário
O UBS indica a preferência das ações da B3 (B3SA3), recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25, e a venda dos papéis da Cielo (CIEL3) com preço-alvo de R$ 21. O banco não tem recomendação de compra no segmento, mas aponta a B3 como a que pode mais se beneficiar de uma recuperação nos mercados brasileiros com um menor custo de capital, onde as reformas estruturais podem ser vistas como um impulsionador adicional. “Do lado negativo, esperamos receitas fracas para a Cielo”, revela a análise.
Alimentos
A indicação do UBS no setor é a BRF (BRFS3), com a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 52,50. O banco ressalta que nos últimos dois anos a BRF foi impactada negativamente por uma combinação de fatores, incluindo um consumidor fraco, crescimento nos custos e ambiente irracional de preços, assim como mudanças estruturais e de gestão.
“Embora algumas dessas questões ainda estejam sendo corrigidas, acreditamos que 2018 trará um retorno ao crescimento do volume, preços direcionados pelo setor, custos mais favoráveis e melhor alinhamento entre as divisões devido à sua maior reestruturação corporativa”, destaca o banco.
Mineração
O UBS recomenda a venda das ações da Vale (VALE) negociadas em Nova York com o preço-alvo de US$ 7,50. O banco avalia que os papéis têm o risco atrelado ao menor ritmo da atividade de construção e de estímulos para a economia chinesa em 2018 e 2019. Segundo o relatório, a ação negocia atualmente ao equivalente a US$ 57 a tonelada do minério de ferro. Enquanto a projeção otimista é de US$ 70, o risco é maior de baixa para um nível de US$ 45.
Papel & Celulose
A top pick no setor é a Klabin (KLBN11) com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 19,50. O UBS ressalta que a empresa é a menos exposta à desaceleração dos preços da celulose. Isso se dá porque o seu mix de vendas é de 45% para a commodity, contra 70% a 100% para as concorrentes. “Além disso, acreditamos que os negócios de papel da Klabin oferecem ganhos relativamente resilientes em um ambiente de queda no mercado de celulose”, aponta o UBS.
Por outro lado, o UBS recomenda a venda das ações da Fibria (SUZB3), com preço-alvo de R$ 35. Apesar de as iniciativas positivas da administração e da nova unidade de Três Lagoas elevarem a eficiência, a pressão contínua sobre os preços da celulose com a deterioração dos fundamentos da indústria em 2018 deve ter um impacto importante sobre os papéis. A Suzano (SUZB3) também tem a recomendação de compra (preço-alvo de R$ 17). O UBS avalia que os ganhos resilientes do negócio de papel comercial e a melhora na eficiência de projetos marginais serão insuficientes para compensar a pressão sobre a celulose em 2018.
Petróleo
A principal recomendação é a Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 20,20. O UBS acredita que no curto prazo a empresa irá encontrar importantes eventos impulsionadores como a negociação da Transferência de direitos, de onde podem vir US$ 12 bilhões, além da venda de ativos como a BR Distribuidora, TAG, Braskem, etc…
Álcool & Açúcar
A principal escolha é a Cosan (CSAN3). A recomendação é de compra e o preço-alvo estipulado é de R$ 43. O UBS revela três principais razões para acreditar no futuro positivo para a empresa. A primeira é a boa estratégia no segmento de distribuição, seguida pelo ambiente benigno para os preços do etanol e, por último, a melhora nos preços do açúcar. “A nossa percepção é de que o investimento na Cosan está ligado ao desempenho das commodities (petróleo, açúcar e etanol)”, explica o relatório.
Telecomunicações
No segmento, o UBS aponta para a compra das ações da Telefônica (VIVT4) com um preço-alvo de R$ 57. “Ativos de alta qualidade, valuation razoável versus os pares, pagamento atrativo de dividendos (aproximadamente 5% de yield) e benefícios regulatórios”, destaca a análise. A outra opção é a Tim (TIMP3), com um preço-alvo de R$ 13. A empresa é vista como posicionada para uma forte reviravolta operacional, aliada à uma administração de alta qualidade e de forte crescimento.
Serviços Públicos
Os papéis da Equatorial (EQTL3) são recomendados com o preço-alvo de R$ 75. “Acreditamos que a Equatorial é um dos nomes mais defensivos em nossa cobertura devido ao seu balanço patrimonial desalavancado, administração de alta qualidade, operações de distribuição eficientes e disciplina de capital”, diz o UBS. A outra indicação é a Cteep (TRPL4), com preço-alvo de R$ 77. “Dada a baixa alavancagem e a receita extraordinária da remuneração do RBSE, acreditamos que a Cteep pode pagar um rendimento de dividendos sustentável de pelo menos 10% e ainda crescer ao participar de próximos leilões de energia nova”, destaca o banco.
Já a opção a ser evitada é a Eletropaulo (ELPL3). A recomendação é de venda com preço-alvo de R$ 9. O banco vê a empresa muito alavancada, com potenciais novos passivos advindos de disputas ainda incertas e movimentos de fusão e aquisição sem clareza sobre o potencial de ganho.
Bens de capital
No Brasil, o UBS revela a preferência pelas ações da Tupy (TUPY3). A recomendação é de compra e o preço-alvo de R$ 21. Enquanto o banco avalia que os investidores estão pessimistas sobre a melhora na lucratividade da companhia, o UBS estima uma expansão das receitas e a ampliação da margem como resultado dos ajustes na estrutura de custos.
Por outro lado, os papéis da Marcopolo (POMO4) são vistos como candidatos para a venda, com preço-alvo de R$ 4,10. O UBS vê o mercado mais do que precificando a recuperação da demanda por ônibus no Brasil e os aprimoramentos de rentabilidade da Marcopolo.
Transportes
A principal recomendação de compra é a Rumo (RAIL3). O preço-alvo é de R$ 14,60. “Vemos o mercado atualmente precificando apenas parcialmente o plano de investimentos da empresa e o crescimento do volume adiante”, avalia o UBS.
Varejo
No segmento, o UBS indica a compra das ações da Via Varejo (VVAR11), com preço-alvo de R$ 31. Os analistas projetam um expressivo crescimento do lucro por ação em 2018 e 2019 impulsionado por oportunidades de alavancagem operacional que devem acelerar o avanço das receitas e que devem contribuir para as expansões de margens.
O Pão de Açúcar (PCAR4) é a outra recomendação de compra no varejo brasileiro. O preço-alvo é de R$ 94. “Enquanto vemos as oportunidades de crescimento positivas da Via Varejo, acreditamos que a divisão de alimentos ainda apresenta um potencial atraente. O tráfego e os volumes para a divisão multivarejo continuam a gerar recuperação de margem (especialmente impulsionada pela melhora em andamento nos hipermercados)”, estima o UBS.
A ação a ser evitada é a da Hering (HGTX3). A recomendação é de venda e o preço-alvo é de R4 16. O banco avalia que o preço das ações da Hering já reflete expectativas excessivamente otimistas das iniciativas para impulsionar as vendas nas mesmas lojas, bem como a recuperação de margem de curto prazo.
Educação
As recomendações de compra são Kroton (KROT3), preço-alvo de R$ 24, e Estácio (YDUQ3), com preço-alvo de R$ 38. A primeira é vista como uma empresa com execução acima da média e, a segunda, com a expectativa de melhores margens após ganhos de eficiência.
A sugestão de venda é dos papéis da Ser (SEER3). O preço-alvo é de R$ 35. O potencial é menor em comparação com os concorrentes mais expostos ao ensino a distância.
Saúde
A Raia Drogasil (RADL3) é a recomendação de compra no setor de saúde brasileiro. O preço-alvo é de R$ 102. “Vemos potencial de alta para a nossa estimativa e para o consenso no caso de a administração acelerar o ritmo de expansão das lojas, algo que está sendo analisado e acreditamos que a empresa poderia executar com qualidade, considerando o forte histórico nos últimos anos”, conclui o UBS.