O que cada candidato quer para a Petrobras?
A Petrobras (PETR4) é assunto inevitável no debate entre os candidatos à presidência da República. As recentes mudanças na estatal, que primeiro tornaram a empresa mais profissional ao adotar práticas internacionais e, depois com a greve dos caminhoneiros e a questão dos reajustes do diesel e dos combustíveis, deixaram o assunto ainda mais quente. O Money Times buscou menções ao tema nos programas de governo de cada uma das chapas protocoladas no TSE. Confira:
Geraldo Alckmin
O candidato do PSDB não fala abertamente sobre a Petrobras, assim como pouco entra em detalhes sobre qualquer assunto em seu programa de governo. De qualquer forma, Alckmin destaca que irá abrir a economia para fazer com que o comércio exterior represente 50% do PIB. “Isso é vital para retomarmos a agenda de competitividade do país”, explica.
Além disso, a proposta visa transformar o Brasil mais atrativo para empreender e investir na América Latina. “ Vamos dar prioridade aos investimentos em infraestrutura, em parceria com a iniciativa privada, como fator estratégico para aumento da competitividade da economia brasileira”, destaca.
João Amoedo
O candidato do NOVO não especifica a Petrobras, mas impõe a privatização de todas as estatais como uma de suas plataformas.
Jair Bolsonaro
O candidato do PSL sugere que os preços praticados pela Petrobras deverão seguir os mercados internacionais, mas que as flutuações de curto prazo deverão ser suavizadas com mecanismos de hedge apropriados.
“Ao mesmo tempo, deveremos promover a competição no setor de óleo e gás, beneficiando os consumidores. Para tanto, a Petrobras deve vender parcela substancial de sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades onde tenha poder de mercado”, afirma.
O plano de governo também apresenta a ideia de que a competição deve ser promovida também no setor de gás, buscando uma ação coordenada entre estados, a quem compete sua regulação por determinação constitucional.
Guilherme Boulos
A chapa do PSOL defende ser necessário “reduzir dolarização e volatilidade dos preços de combustíveis e gás de cozinha, alterando a atual política de preços da Petrobrás”.
Outro pilar do plano de governo é que ele afirma que, se eleito, vai “reverter toda a legislação de privatização da exploração do petróleo e da Petrobras e sua entrega ao mercado e a dinâmica especulativa – inclusive com a importação de combustíveis! Isso envolve a anulação dos leilões efetuados e a soberania nacional em todo o ciclo do petróleo”.
Cabo Daciolo
O candidato do PATRIOTA afirma que empresas estatais estratégicas jamais serão privatizadas em seu governo. “Será efetuada a modernização dessas empresa”, diz o plano de governo. “Esse será o caminho a ser seguido em vez de entregá-las ao setor privado ou às grandes corporações internacionais. Iremos fortalecer a soberania brasileira em todos os setores, pois o país perdeu muito de sua autonomia para tomar decisões devido aos grandes interesses estrangeiros que permearam as decisões políticas. ”
Daciolo também quer fortalecer a competitividade das commodities brasileiras no mercado internacional, mas não menciona a Petrobras, especificamente. Seu plano conclui dizendo que o Brasil vai figurar entre os países mais desenvolvidos do planeta, em letras maiúsculas.
Álvaro Dias
O candidato do Podemos não especifica a Petrobras nem fala de petróleo, tampouco de commodities ou exportação e importação, mas diz que, em seu governo “o país iniciará um processo de busca contínua de eficiência tanto no setor público como no privado através da adoção das melhores práticas mundiais, abertura comercial gradativa, recuperação e aumento do estoque de infraestrutura, importação e desenvolvimento interno de novas tecnologias”.
Ciro Gomes
O candidato do PDT também argumenta a favor da soberania nacional através de commodities. Ciro defende o controle nacional de recursos naturais estratégicos, como as fontes de energia (petróleo, gás e o sistema hídrico).
“Para manter o controle de nossos recursos naturais estratégicos, todos os campos de petróleo brasileiro vendidos ao exterior pelo Governo Temer após a revogação da Lei de Partilha serão recomprados, com as devidas indenizações”, diz o plano de governo.
Vera Lúcia
A candidata do PSTU defende a suspensão das privatizações, mas não propõe planos para o futuro das estatais. “Precisamos suspender todas as privatizações, tomar de volta tudo o que foi entregue, e colocá-las sob o controle dos trabalhadores. Isso inclui a Petrobrás, a Vale, a Embraer e todas as outras estatais”, diz o documento.
Lula/Haddad
Os candidatos do PT prometem retomar os investimentos na Petrobras e afirma que política de preços de combustíveis será reorientada.
A chapa diz que quer devolver à Petrobras o papel de agente estratégico do desenvolvimento brasileiro, restaurando sua lógica de empresa integrada de energia – exploração e produção, refino e distribuição –, e ampliando a sua capacidade de refino, a fim de “garantir a independência no fornecimento de derivados ao país”.
Henrique Meirelles
O candidato do MDB diz que quer “executar uma política de crescimento centrada na iniciativa privada, por meio de privatizações, concessões amplas em todas as áreas de logística e infraestrutura, parcerias para complementar a oferta de serviços públicos e retorno ao regime anterior de concessões na área de petróleo e gás, dando à Petrobras o direito de preferência nos leilões nos campos do Pré-Sal”.
O ex-presidente do Banco Central também quer promover legislação para garantir o melhor nível possível de governança corporativa às empresas estatais e às agências reguladoras.
Marina Silva
A candidata da REDE afirma que não vai privatizar nem a Petrobras, nem o Banco do Brasil nem a Caixa Econômica Federal. No parágrafo seguinte, ela diz que “a privatização da Eletrobrás será analisada no contexto da política energética nacional, que deverá modernizar suas estratégias a fim de incorporar as energias renováveis, mas suas distribuidoras certamente deverão passar para a iniciativa privada”.
Ela também diz que, em seu governo, a Petrobras deverá assumir um papel de liderança nos investimentos em energias limpas.