O que balanço do 4T23 de empresas dos EUA significa para o país (e para o Brasil)?

A temporada de balanços do quarto trimestre de 2023 (4T23) de empresas dos Estados Unidos (EUA) chega ao final, servindo como um reflexo para a própria economia do país.

Caio Fasanella, líder de investimentos da Nomad, afirma que o saldo para a temporada de balanços é positivo, com empresas reportando resultados acima das expectativas, afastando preocupações, como a de desaceleração econômica no país.

O destaque foi para o setor de tecnologia e especificamente para a Nvidia (NVDC34). A empresa, fabricante de chips de última geração, lucrou US$ 12,285 bilhões no quarto trimestre de 2023, uma alta de 769% no lucro da companhia em relação ao período anterior.

• Já sabe onde investir agora que as empresas estão divulgando seus balanços do 4T23? Veja análises completas da Empiricus Research e saiba se você deve comprar, vender ou se manter neutro em cada uma das principais ações da bolsa. Clique aqui para receber os relatórios GRATUITOS.  

Caio afirma que o resultado foi reforçado pela demanda de chips, necessários para o segmento de Inteligência Artificial (IA), com nomes como Meta (META34) e Microsoft (MSFT34) também aproveitando a importância da IA.

Entretanto, ele ressalta que o movimento não é semelhante a um sentimento de “bolha” e que há um momento mais caro, em termos de valuation, mas que não parece um nível que justifique as falas de bolha.

Outro setor que aproveita o crescimento da Inteligência Artificial é o de saúde e biotecnologia, que teve altas expressivas durante o período da pandemia, com a demanda de vacinas e remédios, mas que sofreu durante 2022 e 2023.

Fasanella também destaca o resultado de bancos, considerados “sólidos” por ele. “Em geral, a gente procura olhar nos bancos para ver se há alguma deterioração maior da carteira de crédito, geralmente está mais associada a uma taxa de juros mais alta, algo que a gente não viu”.

O que balanço do 4T23 de empresas dos EUA significa para o Brasil?

Sobre reflexos entre a economia brasileira e a americana, Caio afirma que os momentos entre os países são diferentes, com a inflação brasileira mais controlada que a dos Estados Unidos e a curva da taxa de juros mais para baixo.

“Se a gente começar a ter preocupações maiores com as economias globais, isso deve impactar as empresas brasileiras e a economia brasileira em geral, mas eu acho que o Brasil está um passo a frente em relação ao cenário macroeconômico”, afirmou.