O que a Vale (VALE3) espera do minério de ferro — e da China
A China é, de longe, o maior cliente da Vale (VALE3), correspondendo a mais de 50% das receitas. Se por um lado a mineradora surfou o boom da economia, que mais cresceu no século, por outro, qualquer sinal de desaceleração do país asiático já liga o sinal de alerta para investidores no Brasil. Inclusive, um dos vilões do terceiro trimestre foi, justamente, a fraqueza chinesa, que bateu no minério de ferro.
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Em teleconferência com investidores, o vice-presidente executivo interino de soluções de minério de ferro da Vale, Rogério Nogueira, comentou o que espera para o país asiático. Ele lembrou que o governo trabalha para aumentar a confiança do consumidor por sistemas monetários e fiscais. “E com isso, o consumo, nós achamos, vai estabilizar”.
No mês passado, a China lançou uma série de medidas para tentar estimular a economia, o que ajudou o minério de ferro a recuperar parte das perdas.
“E essa diminuição dos investimentos em ativos fixos ou no setor imobiliário vai ser compensada por investimentos em ativo fixo na indústria manufatureira e de infraestrutura. Então, como resultado, esperamos um crescimento”
Acordo de Mariana desconstrói argumento contra BHP
Além disso, a companhia afirmou que considera que o acordo de Mariana (MG) fechado com autoridades brasileiras nesta sexta-feira desconstrói o principal argumento de advogados das vítimas do rompimento da barragem em ação movida contra a BHP na Justiça de Londres, disse o vice-presidente Executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio.
“O caso aqui no Brasil desconstrói o principal argumento dos advogados no Reino Unido, que é de que esse tipo de problema não está sendo resolvido de forma séria no Brasil, e que acabou de cair por terra com esse acordo, porque ele mostra que, de fato, a resolução aqui é possível, é eficiente, é rápida e é o local correto”, afirmou, durante conferência com analistas para comentar os resultados trimestrais.
O acordo ocorreu após o processo judicial de Londres, um dos maiores da história jurídica inglesa, ter entrado em estágio decisivo na última segunda-feira, com o início de um julgamento de 12 semanas para determinar a responsabilidade pelo rompimento.
Com Reuters