Ibovespa O que a inflação dos EUA diz sobre o futuro da taxa de juros no país
O índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos avançou 0,8% em novembro, contra a expectativa de alta de 0,7%, reforçando a percepção do mercado de que o Fed, o BC dos EUA, deve reduzir estímulos.
A autoridade monetária já começou o chamado tapering (redução no ritmo de compras de ativos/injeção de liquidez) no mês passado e as apostas do mercado é de que o Fed acelerará o processo na próxima decisão, em janeiro.
“Não resta outra alternativa a não ser retirar os estímulos”, resume economista-chefe do banco BV, o Roberto Padovani, lembrando do cenário a atividade econômica forte, com PIB que deve fechar o ano em alta de 5,5%, e choques de inflação.
Para o especialista, o que preocupa hoje é que em 12 meses a inflação está em 6,8%, com os núcleos a 5,9%´— a média histórica é de 2,3%, diz.
O economista e sócio da BRA Investimentos João Beck destaca ainda o desemprego muito baixo no país, “o que aumenta pressão de salários”.
“Sem contar com o desarranjo de suprimentos industriais que ainda não se consegue projetar quando suaviza”, avalia o especialista.
A XP Investimentos vê 2022 e 2023 com desinflação significativa. “Pelo menos 75% do atual choque inflacionário que os EUA estão experimentando está relacionado às ineficiências de abastecimento que se seguiram ao surgimento da crise covid-19”, diz.
Os fatores tenderiam ao equilíbrio nos próximos anos, comentou a corretora.
Apesar de a inflação avançar, o Dow Jones subia 0,4% nesta sexta, S&P 500 avançava 0,6% e o Nasdaq tinha ganhos de 0,75%.
Segundo o portal CNBC, alguns investidores podem ter esperado uma inflação ainda mais alta do que os economistas e do que o divulgado hoje, levando a um alívio nesta sexta.
No Brasil, o Ibovespa subia 1,4%, influenciado pelo IPCA.
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