O que a falta de saúde mental tem a ver com economia? Só um prejuízo de quase R$ 400 bi
A saúde mental é um tema que tem ganhado cada vez mais evidencia nos últimos anos. Quando uma pessoa tem algum tipo de transtorno psicológico, e além disso, precisa lidar com constantes situações de exaustão e estresse no trabalho, este profissional tem grandes chances de desencadear a síndrome do esgotamento, ou burnout.
Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) mostrou que a falta de saúde mental entre os colaboradores provoca uma perda no faturamento das empresas de R$ 397,2 bilhões por ano.
Karine Cavalcanti, especialista em recrutamento e seleção da Conceito 3W, diz que é preciso que o departamento de recursos humanos esteja atento à saúde mental dos funcionários, mapeando e corrigindo situações que possam levar ao burnout.
Segundo Cavalcanti, a área de RH se transformou em gente e gestão exatamente para poder trabalhar de uma maneira preventiva, sendo um lugar que realmente cuida de pessoas, e não só de processos.
A especialista enfatiza que um time de RH proativo deve se antecipar em possíveis problemas, e não esperar situações extremas acontecerem para agir.
“Sabemos que o enfrentamento das doenças e a superação delas são questões muito pessoais, mas existem medidas preventivas que a empresa pode tomar para evitar o surgimento de transtornos internos e, ainda, amenizar as consequências deles no ambiente de trabalho”, afirma.
Saúde mental: Como cuidar dos colaboradores?
A primeira sugestão pontuada pela especialista é que as empresas ofereçam benefícios de saúde mental, pois essa é uma estratégia que ajuda e ainda é econômica do ponto de vista financeiro. Isso porque os impostos calculados em cima dos benefícios são menores do que em cima da receita de salários.
“Apostar em benefícios para a saúde mental dos colaboradores é uma excelente estratégia para conseguir reforçar a importância de cuidar da saúde mental do seu time”, pontua.
Cavalcanti menciona que o cartão flexível é uma alternativa que proporciona uma gama de parcerias e descontos super interessantes para todas as categorias, incluindo saúde mental.
Além disso, a especialista também indica que as empresas olhem com mais atenção para os líderes, e que estimulem os gestores a falar sobre emoções e como os seus colaboradores estão se sentindo. Segundo ela, esse é um dos caminhos mais assertivos para conseguir mapear potenciais riscos de saúde mental.
Por fim, Cavalcanti recomenda que o conceito de produtividade seja reforçado entre as equipes, pois muitas pessoas acreditam que sentar em frente a um computador por 12 horas é sinônimo de produtividade, mas, o que importa mesmo no final do dia é a quantidade e a qualidade das entregas.
“Deixar isso claro para líderes e funcionários, estimulando uma cultura que valorize mais a produtividade do que as horas de trabalho em si é muito importante para cuidar da saúde mental dos colaboradores e, consequentemente, da saúde empresarial”, explica.