Eleições 2022

O que a eleição pode significar para a Amazônia ?

26 out 2022, 7:57 - atualizado em 26 out 2022, 7:57
Lula
Adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu acabar com toda a destruição na Amazônia e agir de maneira firme contra as mudanças climáticas (Imagem: Flickr/ Lula Oficial/Ricardo Stuckert)

A eleição presidencial do próximo domingo pode determinar o destino da floresta amazônica, a maior floresta tropical do planeta, após quatro anos em que o desmatamento disparou no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição.

Adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu acabar com toda a destruição na Amazônia e agir de maneira firme contra as mudanças climáticas.

Proteger a Amazônia é vital para impedir mudanças climáticas catastróficas, por conta da vasta quantidade de gases causadores do efeito estufa que a floresta absorve.

– Por que o desmatamento subiu no governo Bolsonaro?

Bolsonaro, que assumiu o cargo no início de 2019, incentivou a mineração e o agronegócio na região amazônica, dizendo que iria desenvolver economicamente a região e ajudar a combater a pobreza.

O atual presidente enfraqueceu as agências de fiscalização, cortando orçamentos e funcionários e dificultando a punição de crimes ambientais.

Suas críticas públicas às iniciativas de preservação também encorajaram madeireiros, fazendeiros e grileiros a desmatarem sem medo de punições do governo, segundo cientistas e ambientalistas.

– Quanto aumentou o desmatamento?

A destruição na Amazônia atingiu no ano passado o maior patamar desde 2006, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Uma área maior que o Estado de Alagoas foi destruída durante os primeiros três anos do governo de Bolsonaro.

Dados preliminares do governo indicam que o desmatamento cresceu mais 23% nos primeiros nove meses de 2022.

– Qual o histórico de Lula em relação ao desmatamento?

Lula assumiu a Presidência em 2003 com o desmatamento na Amazônia perto de recordes históricos. Seu governo fortaleceu o Ibama e criou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Em 2010, seu último ano no poder, o desmatamento havia caído em 72%, para um dos números mais baixos da história.

No entanto, Lula também apoiou a construção da gigantesca usina hidrelétrica de Belo Monte, que destruiu habitats fluviais e deslocou populações indígenas.

O desmatamento começou a subir novamente no governo de sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff, que enfraqueceu algumas das políticas ambientais para favorecer o desenvolvimento na região.

– O que Bolsonaro promete para o meio ambiente?

Bolsonaro disse pouco sobre suas propostas para a área ambiental caso conquiste um segundo mandato. Um representante de seu partido, o PL, disse à Reuters que a campanha não tem um porta-voz para responder perguntas da imprensa sobre o assunto.

A plataforma política de Bolsonaro enfatiza que os brasileiros têm o direito de desenvolver recursos naturais na Amazônia. Os documentos da campanha elogiam iniciativas das Forças Armadas, polícias e outras agências para combater o desmatamento e os incêndios florestas. No entanto, os dados mostram que sob Bolsonaro eles fracassaram em reduzir a destruição da floresta.

– O que Lula promete para o meio ambiente?

Lula promete levar o desmatamento a zero reforçando as agências ambientais do governo. Sua campanha comparou suas propostas amplas à reconstrução pós-guerra após a destruição ambiental crescente sob o atual governo.

Ele se comprometeu amplamente aos princípios da “justiça climática”, dizendo que o meio ambiente só pode ser protegido aumentando as oportunidades econômicas para reduzir a fome a pobreza.

No entanto, ainda não está claro como ele irá custear suas políticas.

– O que dizem os povos indígenas?

Grupos indígenas apoiam amplamente Lula, que promete empoderá-los para que protejam suas terras da destruição ambiental.

Garimpeiros, madeireiros e grileiros têm cada vez mais invadido terras indígenas, cometendo assassinatos de membros de povos indígenas durante o governo de Bolsonaro, que suspendeu o processo de demarcação de terras indígenas.

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