O ‘problema grave’ que o Brasil escapou com a queda da Selic, segundo Haddad
Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, pela primeira vez em três anos. Com isso, a taxa básica de juros passou de 13,75% para 13,25% – e o governo pode comemorar.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se o Banco Central tivesse demorado ainda mais para iniciar o ciclo de afrouxamento dos juros, o Brasil teria um problema grave para lidar. Isso porque a arrecadação tributária despencou em todo o país em julho.
“Esse corte de 0,5 [ponto percentual na Selic], do ponto de vista técnico, se não viesse, teríamos um problema grave na economia, porque em julho a arrecadação despencou no Brasil inteiro”, disse em entrevista para o jornalista Reinaldo Azevedo.
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O ministro destacou que os dados positivos do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre “iludiram” algumas pessoas sobre a realidade da economia. A princípio, a atividade e dados de arrecadação vêm retraindo desde abril – vale lembrar que o resultado da arrecadação tributária em julho ainda não foi divulgado pela Receita Federal.
Ele ainda disse que o PIB puxado principalmente pelo agronegócio já mostrava um impacto dos juros na atividade econômica e que o desafio agora é encontrar um patamar de juros que não leve a uma nova aceleração da inflação.
Além disso, segundo o ministro, do ponto de vista político, a demora no corte da Selic poderia levar políticos que votaram na autonomia do Banco Central repensando a decisão.
Haddad afirmou que o governo está lançar um grupo de estudos de acadêmicos para analisar como se combate a inflação fora do Brasil e entender a atuação do Banco Central.
*Com informações da Reuters