O problema das três inflações: Inflação do Brasil, da China e dos Estados Unidos dividem espaço com outras notícias que agitam os mercados hoje
Leitoras e leitores do Seu Dinheiro,
Você provavelmente já ouviu falar da série O Problema dos Três Corpos, um dos sucessos recentes da Netflix. Ela é baseada em um livro do escritor chinês Cixin Liu.
O nome pode te confundir, como me confundiu. Explico: eu pensava que se tratava de uma série de investigação sobre a morte de três pessoas.
Engano meu. O assunto é muito mais divertido: astrofísica. O problema dos três corpos é, na verdade, uma das incógnitas da dinâmica do universo.
Enquanto a Terra gira ao redor do sol, em outras partes do universo há outros planetas dando seus passeios ao redor de duas estrelas. Até aí, tudo normal.
O problema — ahá! — acontece quando são três corpos celestes interagindo entre si.
As forças gravitacionais e outras interações entre os corpos tornam o movimento tão caótico que é praticamente impossível prever o movimento ou como eles irão se comportar em determinadas situações.
Trazer esse tipo de assunto para o dia é extremamente oportuno. Isso porque teremos “o problema das três inflações” nesta quarta-feira (10).
Os principais corpos celestes inflacionários estão a uma distância segura um do outro — porém seus tamanhos influenciam diretamente na dinâmica do universo dos negócios.
Começando pelo CPI (sigla para o índice de preços ao consumidor) dos Estados Unidos, que deve avançar 0,3% na passagem mensal de acordo com as projeções, será publicado pela manhã, às 9h30. Já o mesmo indicador, mas da China, só será divulgado no fim do dia, às 22h30.
A inflação das maiores economias do planeta tendem a impactar os negócios pelo mundo, em um momento de dúvidas sobre o futuro dos juros nos EUA e perspectivas de desaceleração da atividade chinesa.
Por aqui, o terceiro corpo que irá desestabilizar o sistema planetário Ibovespa é a inflação brasileira. A mediana das projeções aponta que o IPCA deve avançar 0,24% em março.
O que você precisa saber hoje
SD ENTREVISTA
Moura Dubeux (MDNE3) quase triplica de valor na B3, amplia vendas no 1T23 e CEO diz quando deve pagar dividendos. A alta é apoiada pelo ciclo de queda dos juros e pelos resultados sólidos apresentados pela empresa, que é líder de mercado no Nordeste.
PRÉVIA OPERACIONAL
Cyrela (CYRE3) vende mais de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre, mas fica abaixo do 4T23. A companhia registrou uma alta de 39% ante o mesmo período do ano anterior, mas o número ficou 17% abaixo do reportado nos últimos três meses de 2023.
MACRO SUMMIT 2024
A China está muito melhor do que o mercado imagina — e o “desastre” da vez é outro, diz gestor responsável por mais de R$ 5 bilhões. Fundador da Vista Capital, João Landau revelou suas apostas macroeconômicas — e abriu o jogo sobre a nova “Guerra Fria” que mexe com os mercados globais.
O AMOR ACABOU
Mais um fracasso de Lemann? Por que a 3G vendeu a Heinz “no sigilo” e abandonou a parceria com Warren Buffett de vez. A saída do trio brasileiro se deu de forma bem discreta, quase nove anos depois de planejar a fusão de sucesso com a Kraft Foods e com o megainvestidor.
OUTRO ‘ADIÓS’
Adeus, Milei: HSBC vende operações na Argentina por US$ 550 milhões uma semana após país aliviar restrições para empresas estrangeiras. A unidade inclui operações bancárias, gestão de ativos e seguros — além de uma dívida de US$ 100 milhões.
Um forte abraço e boa quarta-feira!