O preço do café no Starbucks nos explica a riqueza e a pobreza dos países no mundo
Basta usar o Modelo Balassa Samuelson, uma pérola analítica para entender o mundo em que vivemos:
1) Trabalhadores em países ricos têm maior produtividade do que em países pobres. Esta é a fonte final do diferencial de renda (também expresso como nível da produtividade).
2) Certos empregos intensivos em mão de obra respondem menos a aumentos de produtividade do que outros. Por exemplo, um flipper de hambúrguer de Zurique altamente qualificado não é mais produtivo do que seu homólogo de Moscou (em hambúrguer/hora), mas esses trabalhos são serviços que devem ser executados localmente.
3) Os setores de produtividade fixa/baixa também são os que produzem bens não transportáveis (por exemplo, cortes de cabelo) – deve ser assim, ou o trabalho intensivo em mão de obra teria sido terceirizado para outro país. Baumol chama essas atividades de “trabalho como fim” e não como meio (corte de cabelo x manufatura)
4) Para aproximar os níveis salariais locais aos dos engenheiros (altamente produtivos) de Zurique, os funcionários do fast food de Zurique devem receber mais do que os funcionários do fast food de Moscou, embora a taxa de produção de hambúrguer por funcionário seja uma constante internacional.
5) Empresas do setor de serviços dentro do país precisam pagar salários mais elevados para atrair trabalhadores dos setores de bens transacionáveis. Mas como a produtividade não aumenta nesse setor são obrigados a elevar preços. Ao longo do tempo o preço dos serviços sobe em relação ao preço dos bens transacionáveis
6) Os índices de inflação são compostos composto por:
- bens locais (que em países mais ricos são mais caros em relação aos comercializáveis);
- comercializáveis, que têm o mesmo preço em qualquer lugar do mundo em US$.
7) quando comparamos preços de bens transacionáveis em dólares no mundo todo encontramos preços muito próximos. Quando comparamos preços de bens não transacionáveis, encontramos preços em dólares caros nos países ricos e mais baratos nos países pobres (por exemplo: Big Mac, café no Starbucks).