Retornos de até 18% ao ano: Por que prestar atenção a este investimento

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) estão se consolidando como uma das alternativas mais promissoras no mercado financeiro.
Com o avanço do setor, torna-se cada vez mais evidente que, em um futuro próximo, o mercado de capitais desempenhará um papel central na concessão de crédito no Brasil, reduzindo a atual predominância dos bancos nesse segmento.
No entanto, essa transformação vai além da expansão do crédito.
O crescimento dos instrumentos lastreados em direitos creditórios também reflete a busca dos investidores por uma rentabilidade superior e por baixa volatilidade.
Nesse contexto, os FIDCs vêm ganhando destaque ao proporcionar retornos atrativos e previsíveis, e por impulsionar a diversificação das carteiras.
A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada em 19 de março, de elevar a taxa Selic para 14,25%, reforça ainda mais a atratividade dos fundos de crédito privado.
Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os fundos de renda fixa foram os protagonistas do mercado em 2024, representando 40,33% do volume total investido e registrando um expressivo crescimento de 18,58%, encerrando o ano com R$ 3,7 trilhões nessa classe de fundo.
Mas o maior destaque, entretanto, ficou com os FIDCs, que apresentaram um impressionante crescimento de 33,62%, totalizando R$ 594,2 bilhões.
Apesar de ainda representarem uma fatia pequena do mercado de fundos (6,43% no final de 2024), os FIDCs deverão ganhar ainda mais tração devido a diversos fatores. Entre os mais relevantes, está a expansão do acesso desse produto ao investidor de varejo.
Além disso, o ambiente macroeconômico tem sido desfavorável à renda variável, fundos multimercados e imobiliários, e favorável à renda fixa, com os juros elevados tornando o crédito privado uma alternativa ainda mais atraente para aqueles que buscam rentabilidade superior ao CDI.
Outro fator determinante é o aumento da demanda por crédito alternativo, impulsionado pela necessidade das empresas de diversificar suas fontes de financiamento e pelos altos custos do crédito bancário tradicional ou limites de endividamento pela via bancária.
A digitalização e automação do mercado financeiro também têm um papel crucial nessa evolução, simplificando a originação e gestão desses ativos e tornando-os mais acessíveis e eficientes.
Como resultado, um número crescente de empresas têm migrado do sistema bancário para o mercado de capitais, utilizando os FIDCs como solução ágil e competitiva para captação de recursos e otimização da estrutura de capital.
Os FIDCs não somente beneficiam as empresas em busca de crédito, mas também representam uma excelente oportunidade para investidores que desejam diversificar seus portfólios.
Ao oferecer remuneração superior às tradicionais opções de renda fixa, como títulos públicos e CDBs, esses fundos operam com taxas alinhadas à média dos juros da economia brasileira, sempre acima do CDI.
Atualmente, há produtos no mercado com rentabilidade em torno de 18% ao ano, sem a antecipação de IR chamada de “come-cotas”, podendo atingir 20%, dependendo das condições econômicas até o final do ano.
Considerando uma inflação anualizada na faixa de 7%, os ganhos reais tornam-se extremamente vantajosos.
Essa dinâmica cria um círculo virtuoso: empresas acessam crédito de maneira mais eficiente, securitizadoras estruturam operações sofisticadas e investidores obtêm retornos diferenciados, tudo isso em um ambiente que desafia a hegemonia dos bancos no financiamento corporativo.
Atualmente, as instituições bancárias concentram 76% das operações de crédito no Brasil, mas as projeções indicam que essa participação pode cair para 32% até 2039, com o mercado de capitais assumindo os 68% restantes. Esse movimento já está em curso e ocorre a um ritmo acelerado.
Diante dessa tendência, investidores atentos não apenas acompanharão essa mudança, mas poderão capitalizar sobre ela, alocando recursos estrategicamente em FIDCs – uma oportunidade que se consolida como uma das mais promissoras no cenário financeiro nacional.