O potencial de uma Copasa (CSMG3) privatizada
A Copasa (CSMG3) está no centro do noticiário nesta terça-feira (22), após o governo de Minas Gerais enviar à Assembleia Legislativa uma Proposta de Emenda da Constituição (PEC) para agilizar a privatização das estatais do estado, o que inclui também a Cemig (CMIG4).
A privatização das duas companhias é uma promessa de campanha do governador Romeu Zema (Novo) desde o seu primeiro mandato, em 2018.
Atualmente, a Constituição de Minas Gerais diz que são necessários três quintos dos deputados para aprovar as vendas da empresas. A PEC obriga o Estado a consultar à população sobre as desestatizações.
Se aprovada, a PEC permitirá que a privatização ocorra com quórum simples, além de desobrigar o referendo.
“O objetivo da medida é que, com isso, as empresas possam se modernizar, saindo das amarras burocráticas inerentes ao setor público, gerando desenvolvimento, modernização e melhorias para a população”, diz o texto.
- Governo quer agilizar privatização da Copasa (CSMG3) e Cemig (CMIG4) e ações das estatais podem ser beneficiadas: Saiba se é hora de aproveitar o momento para investir no Giro do Mercado desta terça-feira (22). Fique ligado em todas as lives: inscreva-se no canal do Money Times aqui.
Copasa privatizada
O Bradesco BBI atualizou os números da Copasa após as notícias veiculadas ontem. Por ora, a instituição mantém recomendação neutra para as ações, embora enxergue potencial para uma Copasa privatizada.
“Uma Copasa privatizada poderia valer quase 1 vez o múltiplo EV/RAB (valor da empresa sobre base de ativos regulatórios), implicando um valor justo de R$ 30/ação (60% de upside)”, avaliam Francisco Navarrete, do BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, em relatório desta terça.
De acordo com os analistas, a Copasa como estatal deve valer um EV/RAB de 0,68 vez, o que implica um valor justo de R$ 17.
A recomendação neutra e o preço-alvo atual de R$ 21 são conservadores e não consideram um cenário de privatização.
“Enquanto o Estado está finalmente fazendo progressos concretos em sua agenda de privatizações, ainda faltam várias etapas para chegar lá”, pondera o BBI.
A Genial Investimentos vai além: para a Copasa privatizada, o potencial de valorização levantado pelos analistas é de aproximadamente 100%, “a depender do múltiplo que o mercado deve resolver pagar no ativo em meio a um processo competitivo”.
Outra empresa que aproveitaria uma potencial privatização por parte do Estado de Minas Gerais é a Cemig, acrescenta a Genial. O cenário mais otimista pressupõe um preço-alvo de R$ 24,85, de acordo com a corretora.
A recomendação de “manter” foi reforçada para ambas as empresas.
Como as outras instituições, a XP Investimentos interpretou a notícia como positiva, tanto para Copasa quanto Cemig. De acordo com o time de análise, é o primeiro passo no “longo caminho da privatização”.
“Acreditamos que o Governo do Estado de Minas Gerais só enviaria tal proposta se acreditasse que a chance de aprovação é alta”, avalia a corretora.
A XP diz ainda que a decisão de postergar a privatização também parece sensata, “pois acreditamos que há diferentes resistências políticas à privatização de cada empresa (Copasa e Gasmig menos do que a Cemig)”.
A Empiricus Research segue sem recomendação para as ações da Copasa. Porém, a depender dos próximos movimentos, destaca o analista Ruy Hungria, a ação pode entrar em uma das carteiras da casa.
“Em um eventual cenário de privatização, tem muito a melhorar”, ressalta.
Hungria reforça, no entanto, que não enxerga a privatização acontecendo neste ano ou ano que vem.