Comprar ou vender?

O potencial de uma Copasa (CSMG3) privatizada

22 ago 2023, 14:55 - atualizado em 22 ago 2023, 14:57
Copasa
Copasa: Analistas veem potencial interessante com privatização (Imagem: Copasa/YouTube)

A Copasa (CSMG3) está no centro do noticiário nesta terça-feira (22), após o governo de Minas Gerais enviar à Assembleia Legislativa uma Proposta de Emenda da Constituição (PEC) para agilizar a privatização das estatais do estado, o que inclui também a Cemig (CMIG4).

A privatização das duas companhias é uma promessa de campanha do governador Romeu Zema (Novo) desde o seu primeiro mandato, em 2018.

Atualmente, a Constituição de Minas Gerais diz que são necessários três quintos dos deputados para aprovar as vendas da empresas. A PEC obriga o Estado a consultar à população sobre as desestatizações.

Se aprovada, a PEC permitirá que a privatização ocorra com quórum simples, além de desobrigar o referendo.

“O objetivo da medida é que, com isso, as empresas possam se modernizar, saindo das amarras burocráticas inerentes ao setor público, gerando desenvolvimento, modernização e melhorias para a população”, diz o texto.

Copasa privatizada

O Bradesco BBI atualizou os números da Copasa após as notícias veiculadas ontem. Por ora, a instituição mantém recomendação neutra para as ações, embora enxergue potencial para uma Copasa privatizada.

“Uma Copasa privatizada poderia valer quase 1 vez o múltiplo EV/RAB (valor da empresa sobre base de ativos regulatórios), implicando um valor justo de R$ 30/ação (60% de upside)”, avaliam Francisco Navarrete, do BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, em relatório desta terça.

De acordo com os analistas, a Copasa como estatal deve valer um EV/RAB de 0,68 vez, o que implica um valor justo de R$ 17.

A recomendação neutra e o preço-alvo atual de R$ 21 são conservadores e não consideram um cenário de privatização.

“Enquanto o Estado está finalmente fazendo progressos concretos em sua agenda de privatizações, ainda faltam várias etapas para chegar lá”, pondera o BBI.

A Genial Investimentos vai além: para a Copasa privatizada, o potencial de valorização levantado pelos analistas é de aproximadamente 100%, “a depender do múltiplo que o mercado deve resolver pagar no ativo em meio a um processo competitivo”.

Outra empresa que aproveitaria uma potencial privatização por parte do Estado de Minas Gerais é a Cemig, acrescenta a Genial. O cenário mais otimista pressupõe um preço-alvo de R$ 24,85, de acordo com a corretora.

A recomendação de “manter” foi reforçada para ambas as empresas.

Como as outras instituições, a XP Investimentos interpretou a notícia como positiva, tanto para Copasa quanto Cemig. De acordo com o time de análise, é o primeiro passo no “longo caminho da privatização”.

“Acreditamos que o Governo do Estado de Minas Gerais só enviaria tal proposta se acreditasse que a chance de aprovação é alta”, avalia a corretora.

A XP diz ainda que a decisão de postergar a privatização também parece sensata, “pois acreditamos que há diferentes resistências políticas à privatização de cada empresa (Copasa e Gasmig menos do que a Cemig)”.

A Empiricus Research segue sem recomendação para as ações da Copasa. Porém, a depender dos próximos movimentos, destaca o analista Ruy Hungria, a ação pode entrar em uma das carteiras da casa.

“Em um eventual cenário de privatização, tem muito a melhorar”, ressalta.

Hungria reforça, no entanto, que não enxerga a privatização acontecendo neste ano ou ano que vem.

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