O ponto de atenção que envolve Itaú (ITUB4) e Petrobras (PETR4) no governo Lula
O governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva vai ganhando corpo. Agora, os mercados esperam ansiosos a escolha do novo ministro da Fazenda.
Para além das preocupações ficais, com o rombo de até R$ 198 milhões, que terá que ser negociado com o Congresso, há outros pontos que os investidores precisam ficar atentos no próximo governo Lula: a elevação da carga tributária para bancos e empresas de óleo e gás.
No começo do ano, quando o barril de petróleo chegou a US$ 120 e o preço da gasolina a R$ 7, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chegou a propor mais impostos para as petroleiras, que estavam com o caixa cheio por conta do boom da commodity.
“Essa é uma possibilidade real, não só para o bancário, mas para o óleo e gás, que são setores que estão gerando muito caixa e tem muita gordura para queimar”, coloca a analista Larissa Quaresma, em entrevista ao Money Times.
No caso dos bancos, o próprio governo Jair Bolsonaro chegou a elevar CSLL (contribuição social sobre o lucro) de 20% para 21%. Porém, a analista lembra que isso não chegou a impactar as receitas.
“Isso não fez nem cosquinha, quase nenhuma diferença. E para o governo foi uma questão de bilhão de reais que faz muita diferença”, coloca.
O que fazer?
Na visão de Quaresma, para entender se isso é suficiente para deixar de lado as apostas no setor de bancos, é necessário compreender o tamanho dessa mudança.
A analista lembra que o setor é defensivo, independentemente do governo, e continua sendo uma boa opção. Além disso, ela afirma que o setor continua sendo uma boa escolha para dividendos.
“Eles pagaram o acionista em 2016, que foi o auge da crise no país desde a redemocratização”, diz.
Vale comprar bancos?
No terceiro trimestre, Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e Bradesco (BBDC4) lucraram R$ 24 bilhões, alta de 13% ante mesmo período, segundo dados do TradeMap.
Apesar da elevação, o número foi inflado, principalmente pelo BB, que viu a cifra saltar 62%, maior lucro trimestral já registrado em qualquer trimestre por um banco brasileiro de capital aberto.
“Itaú teve um resultado mais fraco, mas ainda assim positivo. A curva de juros sobe e a marcação de mercado fica muito ruim para todo mundo, então é bem desafiador”, discorre Quaresma.
Ela recorda que, enquanto o Itaú tem uma carteira mais exposta às empresas e pessoas físicas focadas no mercado imobiliário, Santander e Bradesco estão com uma carteira mais agressiva, crescendo na carteira de crédito, que são as linhas onde houve maior aumento da inadimplência. “É onde começa a estourar a bomba”, completa.
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