Renda Fixa

Pior mês da renda fixa no ano: Saiba o que explica a disparada das taxas e a queda de preços

30 nov 2022, 12:44 - atualizado em 30 nov 2022, 12:44
Renda fixa
Com disparada das taxas e estresse da curva futura de juros, títulos de renda fixa têm o pior mês no ano em valor de mercado (Imagem: Shutterstock)

Os títulos de renda fixa acumulam em novembro a maior perda mensal do valor de mercado das aplicações no ano, com carteiras teóricas de títulos prefixados e indexados à inflação sofrendo mais na marcação a mercado diante da disparada das taxas e do estresse da curva futura de juros.

Na parcial do mês, o índice IRF-M (que acompanha o desempenho dos títulos públicos prefixados) caiu 0,96% no acumulado até o dia 29 de novembro. Quando considerada a parcial até o último dia 28, o tombo no mês chega a 1,7%.

No caso dos títulos públicos atrelados ao IPCA, que são medidos pelo índice IMA-B, o tombo no valor de mercado nos mesmos períodos foi ainda maior. No acumulado até o dia 29, o índice derrapou 1,51% e, no desempenho até o dia 28, o baque foi de 2,63%.

Esses números que são fornecidos pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) ajudam a entender o porquê de os investidores em renda fixa estarem vendo os seus títulos prefixados e indexados à inflação valendo bem menos hoje.

A exceção são os títulos públicos pós-fixados, o Tesouro Selic, cujo índice IMA-S subiu 0,96% na parcial de novembro e com valorização de 11,45% em 2022.

Embora essas variações só atinjam aqueles que desejam vender antecipadamente seus títulos de renda fixa antes do vencimento combinado, caso o investidor tenha feito trade com títulos públicos enquanto as taxas subiam, acabou perdendo dinheiro.

No entanto, essa reta final do mês mostra uma mudança significativa para quem investe em renda fixa e que pode garantir mais ganhos em 2023.

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Renda fixa em 2023

A chegada da PEC da Transição, costurada pelo governo Lula, ao Congresso nesta semana trouxe bastante alívio ao mercado e provocou o fechamento da curva futura de juros.

Em outras palavras, o mercado entendeu que o próximo governo não terá tanto dinheiro assim para usar como queira fora do teto de gastos, fazendo com que o prêmio de risco na renda fixa diminuísse.

“As curvas de juros fecharam fortemente, com a sinalização de que a PEC não sairá do Congresso como chegou, mas sim que deve ser ajustada com um valor mais reduzido do extrateto, em torno de R$ 150 bilhões, e prazo máximo de dois anos”, comenta o analista da Genial Investimentos Eduardo Nishio.

Os contratos DIs para os vencimentos em até cinco anos chegaram a apresentar quedas de 0,50 ponto percentual do dia para a noite.

Se, por um lado, isso pode sinalizar que o melhor momento para travar boas taxas de rentabilidade pode ter ficado para trás, por outro, os preços dos títulos voltaram a valer mais na marcação a mercado.

Fazer dinheiro na renda fixa sem ter que carregar o título até o vencimento é possível quando o investidor vende o título em meio à queda das taxas. Isso acontece quando o mercado enxerga um ciclo de cortes da taxa Selic no futuro próximo.

A Genial Investimentos calcula que a taxa Selic projetada para as próximas reuniões do Copom mostra uma alta de 0,50% (o que levaria os juros dos atuais 13,75% para 14,25% ao ano) até maio de 2023 e início dos cortes da taxa básica de juros em agosto do ano que vem.

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