O pessimismo tomou conta? BofA e Santander aumentam régua para Selic; veja projeções
O Bank of America (BofA), em relatório assinado pela equipe de Research da América Latina, afirmou que espera que o Banco Central (BC) realize uma redução de 0,25 ponto percentual nos juros em junho, mantendo as taxas inalteradas até o final do ano, ou seja, em 10,25%.
“Acreditamos que o Banco Central irá esperar pelo Federal Reserve (Fed). Nossa taxa Selic terminal é de 9% em 2025″, afirmou o relatório, que complementou afirmando que os dados inflacionários recentes dos Estados Unidos (EUA) foram um passo na direção correta e foram recebidos positivamente pelo mercado.
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O Santander Brasil também alterou suas perspectivas para a Selic terminal para 9% em 2025, quando antes era previsto um dado de 8%.
Para 2024, a expectativa para a Selic é de 9,75%, saindo da crença anterior de 9%.
“Com grau de incerteza muito elevado e balanço de risco assimétrico, temos viés altista para essa projeção, haja vista que poderá depender de medidas críveis de ajuste fiscal pelo governo para re-ancorar expectativas e se viabilizar”, afirma o relatório.
A crença também é de redução de 0,25 pp em junho, com pausa até novembro no aguardo de mais dados do Federal Reserve e influenciada por perspectivas pessimistas com relação à inflação, com as chuvas no Rio Grande do Sul pressionando as commodities nacionais.
Taxa de juros brasileira acompanha de perto economia dos EUA
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em abril, desacelerando ante os dados de 0,4% do mês anterior e abaixo das expectativas do mercado de manutenção da taxa, acumulando alta anual de 3,4%.
Entretanto, o núcleo do índice, que exclui preços de itens mais voláteis como alimentos e energia, ainda está acima da meta de 2% do Fed, alcançando 3,6%.
A inflação norte-americana é acompanhada de perto pelos dirigentes brasileiros, isso porque o dado dos EUA pode levar a um aumento nas taxas de juros globais, impactando o custo do capital para o Brasil. A Selic então é alterada para conter pressões inflacionárias e manter a estabilidade financeira nacional.