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O peso (positivo) do IPCA dentro da meta no Ibovespa e as ações que ganham com isso

11 abr 2023, 12:58 - atualizado em 11 abr 2023, 15:27
Mercados Ações Ibovespa Dólar
Ibovespa ganha novo gás nesta terça (Imagem: Bloomberg)

Após começar a semana no azul, o Ibovespa (IBOV) ganhou novo gás nesta terça-feira (11). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) empurrou o principal índice da B3 para o patamar dos 105 mil pontos.

Às 12h30 do pregão de hoje, o Ibovespa valorizava 3,38%, cotado a 105.288 pontos.

A inflação, divulgada nesta manhã, subiu 0,71% em março. O resultado veio abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,77%, e é o menor para o mês desde 2020. Além disso, ficou abaixo do teto da meta do Banco Central para 2023, de 4,75%.

O analista da Benndorf, Niels Tahara, explica que o IPCA dentro da meta mostra que a política monetária está funcionando efetivamente e contribuindo para um ambiente econômico estável. “Isso gera confiança no mercado”, afirma.

Fernando Ferrer, da Empiricus Investimentos, também destaca que, além de pressionar o dólar, a inflação melhor do que o esperado reprecifica a curva de juros. O efeito acontece porque o mercado passa a acreditar na queda da taxa Selic.

Por volta das 12h14, o contrato DI com vencimento em janeiro de 2029 caía 1,29%, com a taxa recuando de 12,38% para 12,22% ao ano. Enquanto isso, o dólar beirava os R$ 5 e recuava 1,16%.

Quem ganha mais?

Com o mercado mais otimista em relação à queda da Selic, as companhias cíclicas domésticas tendem a se beneficiar. Tahara explica que a taxa de juros está diretamente relacionada ao valuation dessas empresas, uma vez que está ligada ao custo de capital. “Se esse custo cai, o valuation sobe”, diz.

Segundo o analista, os setores do Ibovespa que mais se beneficiam de um IPCA dentro da meta são aqueles mais sensíveis aos juros e à inflação – ou seja, o ramo imobiliário, incluindo construtoras e incorporadoras, e o de consumo, com destaque para varejo e serviços.

“Esses setores tendem a se beneficiar de um ambiente inflacionário controlado e de taxas de juros estáveis, já que isso pode levar a uma maior demanda por crédito e a um aumento no consumo”, afirma o analista.

Às 12h15, o varejo avançava 7,26%, com destaque para o ramo de moda. Grupo Soma (SOMA3) e Marisa (AMAR3) disparavam 8,36 e 8,33%, respectivamente, enquanto C&A (CEAB3), Lojas Renner (LREN3) e Guararapes (GUAR3) também subiam mais de 7%.

Na mesma direção, o setor de consumo diverso valorizava 7,06%, sendo que as empresas de educação puxavam a alta. Ânima (ANIM3), Ser Educacional (SEER3), Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) subiam 12,56%, 8,90%, 8,48% e 8,26%, respectivamente.

O ramo de construção civil também não ficou para trás e saltava 7,60%. MRV (MRVE3), Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3) lideravam as altas.

O analista diz que as empresas com dívidas em moeda local também se beneficiam, pois a inflação controlada ajuda a manter os custos da dívida mais previsíveis e gerenciáveis.

Além disso, as companhias que estão mais alavancadas financeiramente tendem a se beneficiar, dada a expectativa de queda no custo de capital.

Como aproveitar o dia otimista do Ibovespa?

O otimismo do mercado hoje faz os olhos dos investidores brilharem, mas o analista da Empiricus, Ferrer, destaca que é importante ter paciência e não se empolgar.

“O mercado está bastante volátil e, nesses ambientes, é comum vermos movimentos fortes pra cima e para baixo”, destaca.

Ele afirma que, para os investidores que não estão posicionados em Bolsa, pode ser uma oportunidade para ir comprando aos poucos. Já para aqueles que possuem uma parcela do seu portfólio alocado em ações, a recomendação é de manutenção das posições.

Tahara, da Benndorf, ainda lembra que a regra segue a mesma: investir em empresas sólidas e com boas perspectivas no longo prazo, que tendem a passar de forma resiliente pelo cenário atual.

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