O peso das gigantes: Maiores empresas americanas impulsionam S&P 500 em 2023
Ao avaliarmos o desempenho da nossa carteira de investimentos, é comum recorrermos ao índice de referência para realizar comparações. No entanto, essa análise pode gerar frustrações aos que optam pela gestão ativa e se desvinculam da base neutra.
Em 2023, por exemplo, a valorização do S&P 500 (principal índice acionário dos EUA) está sendo impulsionada por algumas ações de grande capitalização. Essa concentração de poucas empresas influenciando a maior parcela do desempenho distorce a percepção do mercado como um todo.
A questão psicológica do investidor pode ser comprometida ao perceber uma rentabilidade inferior à média do mercado. Na prática, é como “se a maioria estive ganhando de você”.
Esse é um dos principais motivos para considerar uma alocação que siga o índice de referência, buscando perseguir a média com, pelo menos, uma porcentagem do portfólio.
Isso não apenas ajuda no controle emocional diante das oscilações de preços, mas também proporciona uma abordagem mais equilibrada e alinhada com a performance geral do mercado.
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S&P 500 em 2023
O S&P 500 é composto pelas 500 maiores empresas do mercado americano em proporção ao seu tamanho relativo ou capitalização (o número de ações em circulação vezes seu preço).
Uma parte significativa da valorização do índice no ano se deve ao grupo de sete ações de alta capitalização, conhecidas pelos investidores americanos como “Magnificent Seven”. São elas: Microsoft, Apple, Alphabet, Amazon, Facebook, Nvidia e Tesla. É uma espécie de nova versão da “FANG” com ligeira recomposição.
Se comparados os ETFs VOO – que replica o S&P 500 – e o RSP Equal Weight – que atribui pesos iguais às empresas do S&P 500 – fica clara a influência das gigantes companhias dos EUA na diferença de rentabilidade em 2023.
A distribuição percentual nas dez principais ações do VOO, em ordem decrescente, é a seguinte: Microsoft (7,13%), Apple (7,12%), Amazon (3,43%), Nvidia (2,86%), Alphabet Class A (2,09%), Meta (1,90%), Alphabet Class C (1,79%), Berkshire Hathaway Class B (1,77%), Tesla (1,57%) e UnitedHealth Group (1,41%). Por sua vez, o RSP apresenta atribuições de peso que variam de aproximadamente 0,15% a 0,26% para as ações em seu portfólio.
O índice Nasdaq 100 é mais concentrado no setor de tecnologia, sendo assim, seu desempenho supera o do S&P 500 no ano. O ETF QQQ rastreia o índice ponderado por capitalização de mercado da Nasdaq 100.
A distribuição percentual das dez principais participações no QQQ: Apple (11,31%), Microsoft (10,31%), Amazon (5,61%), Nvidia (4,23%), Meta (3,72%), Broadcom (3,01%), Alphabet Classe A (2,90%), Alphabet Classe C (2,87%), Tesla (2,86%) e Adobe (2,19%).
Já o ETF MAGS (The Magnificent Seven ETF) foi criado em 11 de abril deste ano pela Roundhill Investments com o intuito de replicar o desempenho das sete grandes companhias do mercado americano.
Composição atual do MAGS: Microsoft (15,46%), Amazon (15,15%), Apple (14,85%), Nvidia (14,27%), Meta (14,17%) e Alphabet Classe A (13,22%) e Tesla (12,82%).
As rentabilidades foram computadas até o fechamento do pregão de 08 de dezembro de 2023.
A expansão da utilização da inteligência artificial, bem como a perspectiva de manutenção e redução dos juros nos Estados Unidos, aumenta a atratividade dos papéis do setor de tecnologia.
Por fim, o S&P 500 está cada vez mais próximo da máxima histórica, agora a cerca de 4,5% desse patamar.