Comprar ou vender?

O mundo não entrará em uma depressão global, avalia Franklin Templeton

19 maio 2020, 5:00 - atualizado em 19 maio 2020, 5:00
China Ásia Coronavírus Máscaras Consumo
“Embora algumas regiões tenham presenciado o ressurgimento do vírus, os eventos na China estão dando esperança”, explica a gestora (Imagem: Reuters/Thomas Peter)

Os sinais de recuperação econômica na Ásia sustentam a visão de que o mundo não entrará em uma depressão econômica, avalia o gestor da Franklin Templeton para mercados emergentes Andrew Ness.

“Tem sido útil ter a nossa presença na China continental e em Hong Kong, para que possamos ouvir como nossos colegas no país e na região têm lidado com o retorno à normalidade, especialmente aqueles que estiveram em um bloqueio imposto pelo governo por grande parte do primeiro trimestre”, escreveu Ness em um artigo publicado nesta segunda-feira (18).

Segundo ele, embora algumas regiões tenham presenciado o ressurgimento do vírus, os eventos na China estão dando esperança.

As fábricas estão reabrindo e os trabalhadores voltando ao trabalho desde as celebrações do Ano Novo Chinês em janeiro. Além disso, a atividade industrial está retornando a pelo menos 90% da utilização da capacidade.

“À medida que outras economias emergentes ficarem fechadas, estaremos observando atentamente se os consumidores se comportarão como antes do coronavírus”, explica.

Shopping Varejo
Os consumidores dos mercados emergentes continuarão a buscar produtos e serviços de melhor qualidade, avalia a Franklin Templeton (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Ness acredita que a procura por bens e serviços relacionados à saúde e bem-estar, que estavam em rápido crescimento antes da crise, permanecerá intacta após a crise e talvez até maior.

“Além disso, há uma forte demanda por bens e serviços, como carros, banda larga de alta velocidade, seguro de vida e imóveis (e, portanto, produtos bancários como hipotecas) em mercados emergentes, onde a penetração permanece baixa. Não achamos que o vírus acabe alterando esses desejos e necessidades”.

Os consumidores de classe média e ricos em Taiwan, China, Índia, Rússia e Brasil, por exemplo, devem continuar em busca de produtos e serviços de melhor qualidade, como fizeram os consumidores nos mercados desenvolvidos, argumenta.

“Para nós, investidores, essas áreas representam oportunidades potenciais à medida que avançamos e deixamos o atual período de crise para trás”, conclui.

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