O movimento da Via (VIIA3) que ‘aumenta preocupações’ de investidores, segundo XP
A Via (VIIA3) divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2023 com prejuízo de R$ 297 milhões, revertendo o lucro de R$ 18 milhões do mesmo período do ano passado. Porém, mais do que isso, os analistas da XP, Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, ressaltam a emissão de R$ 1,1 bilhão em debêntures, aprovada pelo conselho de administração da empresa.
Para o trio, o movimento pode “ofuscar” os resultados. “Acreditamos que o anúncio possa aumentar a preocupação dos investidores quanto a estrutura de capital da companhia, especialmente após o contínuo aumento na antecipação de recebíveis e a redução acelerada de fornecedores convênio”, dizem.
Segundo a companhia, o valor será utilizado para o pagamento de determinadas CCBs, com vencimento de parcelas no segundo e terceiro trimestres de 2023, bem como o resgate antecipado integral das notas comerciais da 1ª (primeira) emissão de notas comerciais escriturais da emissora, com vencimento no segundo trimestre de 2023.
Apesar disso, a XP ressalta que as taxas de inadimplência da empresa permaneceram razoavelmente sob controle, com a perda sob a carteira caindo 0,1 ponto percentual, enquanto as provisões representaram 11,3% da carteira ativa e as taxas de over 90 caíram 0,5 no trimestre.
O que a XP achou do resultado da Via?
A XP classificou os números da empresa como mistos, salientando o crescimento de receita em linha com o esperado e melhora de margem bruta.
O GMV (valor bruto de vendas) total cresceu 2,6%, com receita líquida estável, uma vez que a performance das lojas físicas (vendas mesmas lojas em +9% e GMV +11%) se beneficiaram da retomada do tráfego de consumidores e melhoria na produtividade dos vendedores, mas sendo quase totalmente compensadas pela dinâmica mais fraca no canal online, com GMV caindo 6%.
Quanto a rentabilidade, apontam os analistas, a margem bruta foi o destaque, se expandindo 1,3 ponto percentual, por conta da maior participação das lojas físicas, maior take-rate (2,4p.p A/A), ambiente competitivo mais racional e maior penetração de serviços, enquanto a margem Ebitda permaneceu estável, impactada por maiores provisões e desalavancagem operacional.
“Por fim, o prejuízo líquido veio por conta do resultado financeiro mais pressionado frente à alta taxa de juros e antecipação de recebíveis, enquanto a geração de caixa veio em R$1,1 bilhão, melhorando no ano por conta da dinâmica de capital de giro”, discorrem.