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O mercado sucroalcooleiro no Brasil: Um setor ainda em consolidação

07 fev 2025, 8:30 - atualizado em 06 fev 2025, 17:39
Sucroalcooleiro sucroenergético (1)
(iStock.com/JR Slompo)

O setor sucroalcooleiro brasileiro passou e ainda passa por ciclos de consolidação. Apesar da origem da atividade no Brasil remontar às primeiras décadas do século XVI, o grande salto de qualidade e de volume de investimentos ocorreu a partir de 1975, com a criação do Proálcool, que ocorreu no bojo da crise do petróleo e tinha a intenção de buscar a independência do Brasil em relação ao consumo de combustíveis fósseis.

O Proálcool em si foi uma excelente ideia, porém implementada com uma série de vícios de origem. Havia financiamento barato para a construção das destilarias, mas não houve uma efetiva preocupação no preparo das lavouras, logística e escoamento da produção. Nem tampouco uma política de preços que sustentasse a atividade.

No final, o que se viu na maior parte dos casos foi uma dependência cada vez maior de capital dos bancos públicos e as destilarias afundadas em dívidas.

Com a eleição do presidente Collor de Mello, no início da década de 1990, deu-se o início de um novo ciclo de consolidação com a abertura do mercado brasileiro. Porém, ainda sem os efeitos do livre mercado, haja vista a política de congelamento de preços visando a contenção da hiperinflação que acometia nossa economia.

O verdadeiro ciclo de consolidação ocorreu a partir dos anos 2000, com ambiente de inflação controlada, interesse dos investidores estrangeiros e a abertura do mercado de capitais para o setor agropecuário. Houve, nessa época, um verdadeiro choque de gestão nas empresas do setor – quem não se modernizou acabou sendo absorvido ou desapareceu.

A institucionalização e a modernização da governança vieram acompanhadas de novas estruturas de capital, que possibilitaram não somente as consolidações (com aumento de escala e diminuição de custos), mas um alargamento das atividades e uma verticalização nunca vistos, com investimento nas indústrias químicas correlatas, geração de bioenergia, produção de fertilizantes e alimentos para a pecuária, bem como a comercialização direta dos produtos e subprodutos.

Todo esse fenômeno ocasionou verdadeira troca de comando: empresas familiares de muitas gerações foram adquiridas pelo capital institucional nacional ou estrangeiro, com todas as consequências – boas ou não – que isso acarretou.

Mas isso é assunto para uma outra ocasião.

Vamilson José Costa é sócio do Costa Tavares Paes Advogados. Especialista em M&A, recuperação judicial, contencioso cível e empresarial, com longa experiência no setor agropecuário. É especializado em Direito do Consumidor pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP-COGEAE) e formado em Direito pela Faculdade de Direito da Alta Paulista - São Paulo. Reconhecido pela Revista Análise Advocacia 500 como um dos advogados mais admirados no Brasil em “Full Service” e, por vários anos, pela Chambers Global e pela Chambers Latin America como advogado expoente na área de Resolução de Disputas – Contencioso.
vamilson.costa@moneytimes.com.br
Vamilson José Costa é sócio do Costa Tavares Paes Advogados. Especialista em M&A, recuperação judicial, contencioso cível e empresarial, com longa experiência no setor agropecuário. É especializado em Direito do Consumidor pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP-COGEAE) e formado em Direito pela Faculdade de Direito da Alta Paulista - São Paulo. Reconhecido pela Revista Análise Advocacia 500 como um dos advogados mais admirados no Brasil em “Full Service” e, por vários anos, pela Chambers Global e pela Chambers Latin America como advogado expoente na área de Resolução de Disputas – Contencioso.