CryptoTimes

O mercado próspero das stablecoins

10 nov 2019, 15:00 - atualizado em 30 maio 2020, 15:36
Stablecoins são moedas com preço fixo; Tether é a líder de mercado (Imagem: Bitcoin News)

No último ano, o ecossistema das stablecoins teve um crescimento rápido. Agora, os novos concorrentes estão desafiando a líder do mercado, tether (USDT), prometendo novos níveis de transparência e segurança.

Com o crescimento do ecossistema, as exchanges de criptomoedas estão criando suas próprias stablecoins. Binance, OKEx e outras estão unindo forças com a Circle e a Coinbase, por exemplo, para fazer a suas próprias ofertas.

Um relatório da Binance, intitulado “A Evolução das Stablecoins”, narra essas mudanças no mercado, descobrindo que as stablecoins estão rapidamente passando na frente dos pares com bitcoin e ether, além de fazerem parte de 60% do volume negociado, em comparação aos 35% do ano passado.

A maior parte desse volume é negociado em tether que, apesar de suas flutuações de preço e preocupações sobre transparência, continua tecnicamente superior, com maior liquidez, menor diferença de preço e menor tempo entre negociações.

No entanto, criptomoedas de exchanges estão comandando uma parte maior do mercado, e apesar de o gemini dollar (GUSD) ter perdido “quase metade de sua capitalização de mercado nos primeiros quatro meses de 2019”, outras criptomoedas passaram na frente, como a USD Coin (USDC) da Coinbase, com os maiores ganhos em termos de demanda de circulação.

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CEO da Binance afirma que a exchange terá sua própria stablecoin baseada na libra britânica (Imagem: Cointimes)

Stablecoins de exchanges

Após o lançamento do relatório, CZ, CEO da Binance, tuitou que a exchange iria lançar a sua própria stablecoin lastreada em libra: BGBP.

Até esse momento, a plataforma está sendo produtiva ao acrescentar outras stablecoins, dando boas-vindas a novas cinco criptomoedas baseadas em dólar na exchange. Mas a libra esterlina, que dizem estar sujeita a mais requisitos regulatórios restritos, ainda não está na exchange.

Com apenas £200 minerados até agora, a libra da Binance ainda está na fase de testes, mas irá fornecer uma alternativa para as stablecoins baseadas em libra já existentes, como a TrueGBP, lançada ano passado pela TrustToken, e a GPB da eToro.

Ambas estão no início de sua fase de desenvolvimento e ainda não estão sendo negociadas de forma ampla.

Seguindo a onda da Binance, a exchange chinesa OKEx lançou sua própria stablecoin baseada em dólar desenvolvida plataforma da Ethereum: USDK.

Apoiada pela Prime Trust, empresa americana fiduciária, a criptomoeda vai competir na exchange com as já existentes stablecoins: TrueUSD (TUSD), gemini dollar (GUSD), USD Coin (USDC) e paxos (PAX).

A suíça SIX está desenvolvendo um token baseado em uma fiduciária (Imagem: Facebook/SIX Group AG)

Stablecoins como porta de entrada

Apesar de as stablecoins continuarem se impondo nas exchanges varejistas, elas também possuem um papel importante nos mercados de balcão (OTC, na sigla em inglês), fornecendo a liquidez necessária para “players” maiores poderem entrar no mercado sem deslizes.

Dessa forma, as moedas representam uma porta de entrada conveniente e segura para cripto.

É por essa razão que as empresas financeiras tradicionais, que estão desenvolvendo infraestrutura financeira descentralizada, começaram a criar suas próprias stablecoins como uma forma de atrair clientes para suas exchanges.

A SIX, exchange de ações suíça, após o lançamento de sua exchange de tokens baseada em blockchain, anunciou que também está desenvolvendo um token baseado em moeda fiduciária.

Embora ainda não se saiba se a moeda é para uso público ou privado, pode ser usada para facilitar tarefas de negociação no blockchain com câmbios atômicos.

Mesmo com os “players” tradicionais se preparando para apresentar novos rivais para stablecoins como Tether, uma maior ameaça para o ecossistema das stablecoins está chegando.

O relatório da Binance, assim como o relatório da Brave New Coin prevê, no ecossistema das stablecoins, grandes e novos desafiadores da tecnologia com bolsos mais cheios, maior audiência e menores níveis de aversão ao risco do que as empresas financeiras tradicionais.

A ambição e a ambiguidade do projeto da criptomoeda Libra do Facebook, já não tão promissor, envolve uma stablecoin, caixas eletrônicos físicos e 10 milhões de nós.

Samsung pode estar desenvolvendo seu próprio ativo para ser utilizado no Samsung Pay (Imagem: Pixabay)

Dizem que a Samsung está desenvolvendo seu próprio ativo para a rede principal de blockchain baseada na plataforma da Ethereum, que pode ser usada como um token para o aplicativo de pagamentos da empresa, o Samsung Pay.

Ainda assim, a integração oferecida por esses projetos parece algo incerto no ecossistema atual de criptoativos, além do tipo de boas-vindas que eles irão receber.

Alguns sugerem que, com a emissão de stablecoins, empresas de tecnologia e exchanges vão se tornar a próxima geração de bancos, representando uma saída da ideia inicial de “desintermediação” na qual o bitcoin foi construído, e colocar o ecossistema em risco iminente de centralização.