O mercado não vê e a Petrobras não fala: importação de derivados cresce e entra no represamento de preços
Qual conta o Santander faz para acreditar que a Petrobras (PETR4) fará boa distribuição de dividendos aos acionistas com a disparada do petróleo, conforme deu Money Times, não se sabe.
Tanto porque a gasolina, que nunca é repassada integralmente, teve seu último aumento em 11 de agosto, e o diesel na semana passada (8,89%), após 85 dias de preços estáveis nas refinarias. No período, a commodity saiu de US$ 70 para os US$ 82.
Mas, mais ainda, porque há um dado pouco visto pelo mercado: a estatal está importando muito derivado, ou seja, combustíveis prontos para uso, mais caros.
“Considerando que gasolina está defasada [internacionalmente] em torno de R$ 0,50 o litro e o diesel em torno de R$ 0,47, a companhia traz produtos mais caros do que está vendendo”, afirma Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Em agosto, mediante estatísticas da ANP, a Petrobras importou 83% de toda gasolina de fora que chegou ao Brasil – e 58% do óleo diesel. Respectivamente, em torno de 298 mil m³ e 1,1 milhão m³.
Os volumes para o combustível dos automóveis tiveram picos em junho, maio e janeiro. Para o diesel, as contas mensais sempre são mais altas.
A necessidade de honrar compromissos, ante a perda absoluta de capacidade de refino, ajuda a comprometer mais ainda, portanto, a receita da estatal.
E com a rubrica petróleo, inflada pelo câmbio elevado desfavorecendo ainda mais as importações, a conta só fecha, mesmo, com a “desalavancagem”, como lembra o banco em dado momento do informe que mandou ao mercado.
Nesta terça (5), a cotação em Londres do barril do Brent renovou o disparo da véspera e foi a mais 1,70%, fechando em US$ 82,63.