O mea-culpa da Raízen (RAIZ4), pé no freio da China e o preço da revolução dos alimentos; os destaques do Agro Times
A segunda semana cheia de setembro foi recheada de assuntos dentro do agro. O principal destaque ficou por conta do Bradesco BBI AgroSummit, evento do setor que reuniu autoridades e executivos do setor.
Por lá, os líderes da 3tentos (TTEN3), Cargill e Cooxupé citaram alguns desafios do agro para o mercado de grãos e o secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, chamou atenção para a cana-de-açúcar, que chamou de “pré-sal caipira”.
Além disso, na semana, o Safra revisou sua recomendação para os frigoríficos, assim como o JP Morgan atualizou suas visões para as produtoras de papel e celulose.
Os temas que mais se destacaram na última semana
O CFO da Minerva Foods (BEEF3), Edison Ticle, quando perguntado em evento do Bradesco sobre o que esperar do ciclo pecuário, citou um estudo realizado pela companhia. “O ciclo pecuário está mais longo, só que mais importante do que isso, a diferença de produção de cabeças disponíveis para abate no topo e no piso mudou de patamar, tivemos um deslocamento por conta de três fatores”, disse Ticle.
Para ele, 2025 será um ano de ciclo positivo do gado, com uma oferta ainda elevada de animais. “Vou discordar do ‘Zé’ (Garrote) sobre ano que vem ser um ano de ciclo mais negativo do boi, e portanto, preços mais altos de gado. Com essas mudanças estruturais, acreditamos que o número de 29 milhões de cabeças passou para 33 milhões de cabeças, e as 34 milhões de cabeças vão se tornar cerca de 39 milhões de cabeças de gado”, discorre.
O CEO da Raízen (RAIZ4), Ricardo Mussa, destacou as vantagens da cana-de-açúcar para converter energia solar em biomassa, mas ressaltou que a energia da planta é pouco aproveitada.
O meu plano na Raízen é eletrificar o máximo que eu puder, eletrificando o meu processo produtivo, sobrará mais biomassa. A maneira de exportamos energia eólica é através do biocombustível. Temos que importar energia elétrica, a partir da solar e eólica, armazenar em formato líquido e exportar para Europa através do E2G”, completa.
Top 3 do agro
? 3º lugar – China compra soja ‘da mão para boca’, diz presidente da Cargill no Brasil
A China está comprando soja apenas dentro da necessidade, ou “da mão para a boca”, diante de uma oferta global do produto que parece confortável antes do início de uma colheita recorde nos Estados Unidos, disse o presidente da Cargill no Brasil, Paulo Sousa, durante um evento em São Paulo na quarta-feira (11). Segundo ele, o comprador de soja está “muito cauteloso”, muito devagar”, com base no cenário de oferta e demanda global.
? 2º lugar – ‘Precisamos de US$ 350 bilhões até 2030 para transformação dos sistemas alimentares’, diz CEO Global da JBS (JBSS3)
Para Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS (JBSS3), serão necessários cerca de US$ 350 bilhões para a transformação dos sistemas alimentares até 2030, principalmente em ganho de produtividade, melhora nos modelos financeiros e intercâmbio internacional sobre práticas na agropecuária.
“A transformação dos sistemas alimentares precisa ser inclusiva. Cerca de 90% da população global vive com menos de US$ 5,5 por dia. A mudança precisa reduzir a desigualdade, incluindo os pequenos produtores nesse processo, que respondem por um terço da produção global de alimentos”.
? 1º lugar – O arrependimento do CEO da Raízen (RAIZ4); ‘se eu pudesse voltar atrás, teria comprado’
O CEO da Raízen (RAIZ4), Ricardo Mussa, afirmou que se arrepende de não ter acreditado no potencial do biocombustível produzido por meio do milho. As falas foram dadas durante evento do Bradesco BBI, que reuniu autoridades e executivos do setor do agro.
“Se eu pudesse voltar há uns 5 anos, teria comprado o pessoal do etanol de milho. Eu era super cético e tinha minhas dúvidas sobre o sucesso do etanol de milho no Brasil. Eu estava completamente errado, é uma indústria que caminha super bem”, disse.