O Melhor do Seu Dinheiro

O jogral do Fed: mudança no tom sobre taxa de juros nos EUA acalma investidores, ata da última reunião do Fed e IPCA de setembro no Brasil; veja o que agita o mercado hoje

11 out 2023, 9:10 - atualizado em 11 out 2023, 9:10
Dólar sobreposto com gráficos
(Imagem: Shutterstock)

Boa comunicação requer estratégia. No entanto, comunicar bem é diferente de persuadir. Mas sabe quando a gente avisa alguma coisa e a outra pessoa não quer ouvir? Então… Quem passou por essa experiência em tempos recentes foi a cúpula do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Os dirigentes da autoridade monetária norte-americana dedicaram boa parte dos últimos meses tentando avisar aos participantes do mercado financeiro que as taxas de juros precisariam permanecer em níveis elevados por mais tempo do que se supunha.

O mercado deu de ombros. O Fed decidiu então subir o tom na passagem de julho para agosto. Avisou que os juros ficariam ainda mais altos por mais tempo ainda — e azar de quem teimasse em não acreditar.

Quando a ficha caiu, os juros projetados dos títulos da dívida norte-americana dispararam. Passaram a renovar os níveis mais elevados em 14, depois 15 e, por fim, 16 anos. Patamares vistos pela última vez durante a crise que culminou na quebra de Lehman Brothers.

Agora que conseguiu ser ouvido, o Fed mudou o tom. Nos últimos dias, dirigentes do banco central dos EUA apareceram com um novo discurso.

Eles admitem que a inflação ainda está muito alta. No entanto, como os juros projetados dos Treasurys subiram muito nas últimas semanas, isso poderia funcionar como um aperto monetário adicional. Com isso, talvez o Fed não precise subir ainda mais os juros.

Bem mais palatável que a perspectiva de juros altos por ainda mais tempo, o novo discurso foi rapidamente assimilado.

Se vai dar certo, é outra história. O fato é que os juros projetados dos Treasurys seguem em queda, especialmente nos vencimentos mais longos, e a bolsa parece ganhar fôlego.

É claro que não se pode desconsiderar a crescente demanda por ativos mais seguros em um momento de crescente tensão geopolítica. Ainda assim, o novo e afinado discurso dos dirigentes do Fed soou como música para os ouvidos dos investidores.

E enquanto o jogral de banqueiros centrais continua por hoje, o Fed divulga na parte da tarde a ata de sua última reunião de política monetária.

Por aqui, as atenções do mercado também estarão voltadas para o IPCA de setembro. Analistas estimam que a inflação acumulada em 12 meses passará dos 5% — antes de voltar a desacelerar no último trimestre do ano.

Para ficar por dentro de como esses fatores influenciam seus investimentos às vésperas de um feriado, acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.

O que você precisa saber hoje

CUSTO ELEVADO
O preço que o mundo vai pagar pela guerra entre Israel e Hamas — FMI diz o que precisa acontecer lá para abalar a economia global. 
Embora o Fundo Monetário Internacional tenha indicado que ainda é cedo para avaliar os efeitos colaterais da guerra na Faixa de Gaza sobre a economia mundial, as autoridades estão de olho, especialmente, no petróleo.

TENSÃO NO VIZINHO
Mil pesos por dólar: entenda por que a moeda dos EUA vem batendo recordes de preço na Argentina.
 Em relação à moeda brasileira, cada real compra aproximadamente 69 pesos argentinos na cotação oficial, mas é possível encontrar um câmbio mais vantajoso, a quase 170 pesos por real. 

PREPAREM O BOLSO
Vem dividendo gordo por aí? CEO da Itaúsa (ITSA4) diz o que é preciso fazer para aumentar a distribuição aos acionistas — estratégia está a caminho.
 Alfredo Setubal reconhece que o nível de pagamento dos proventos está baixo, mas traça plano para que o acionista seja compensado; entenda essa história.

CANETA “EMAGRECEDORA”
“Febre do Ozempic” faz farmacêutica Novo Nordisk virar estrela da bolsa. Vale a pena investir nas ações ou existem ‘efeitos colaterais’?
 As ações da Novo Nordisk já se valorizaram 78% ao longo dos últimos 12 meses. Mas ainda há espaço para novos ganhos? Confira na reportagem especial do Seu Dinheiro.

CRISE NA FTX
Julgamento do caso FTX: Ex-CEO da Alameda acusa Sam Bankman-Fried de ter pedido a ela que retirasse US$ 14 bi dos clientes da corretora.
Segundo ela, SBF “configurou os sistemas” que levaram a Alameda a retirar cerca de US$ 14 bilhões em fundos dos clientes da exchange.

FINANCIAMENTO DA GUERRA
O Hamas usa bitcoin? Israel ataca a fonte de dinheiro do grupo extremista e criptomoedas entram na mira; Binance colabora.
A unidade cibernética da Polícia de Israel congelou uma série de contas de criptomoedas usadas pelo Hamas para angariar fundos.

DEMISSÕES: O RETORNO
Banco digital Neon volta a demitir oito meses após o primeiro corte.
A fintech confirmou a nova redução no quadro de funcionários; a tecnologia é novamente uma das áreas afetadas.

PRÉVIAS OPERACIONAIS
Vendas da Tenda (TEND3) disparam no terceiro trimestre e Cury (CURY3) tem recorde de caixa — confira os destaques das prévias das construtoras.
Ambas as empresas são conhecidas por atuarem dentro do programa Minha Casa Minha Vida e apresentaram alta em diversos indicadores operacionais.

TRINCHEIRAS DA GUERRA
Quarto dia de combates em Israel: cerco a Gaza com tanques, ordem de retirada e ataques ao Hezbollah.
Israel segue respondendo com um número esmagador de ataques aéreos em Gaza. Os confrontos deixaram milhares de mortos e feridos e deslocaram quase 200 mil pessoas da região.

Uma boa quarta-feira e um excelente feriado para você!